CCOO, CSIF e UGT pedem demissões no Meio Rural pela “péssima gestão” da onda de incêndios.
Os sindicatos criticam a "situação crítica" do Serviço de Prevenção e responsabilizam o secretário-geral, Jorge Atán; alertam que há 200 postos sem preenchimento enquanto a Xunta solicita mais recursos ao Governo.

Os sindicatos pedem demissões em Meio Rural após a onda de incêndios de agosto e perante a “situação crítica” que enfrenta o Servizo de Prevenção e Defesa contra Incêndios Florestais da Junta (SPIF), da qual responsabilizam a “gestão negligente” da Secretaria Xeral Técnica de Meio Rural. Num comunicado conjunto, CCOO, CSIF e UGT exigem a “substituição imediata” neste departamento, que é liderado pelo secretário xeral, Jorge Atán Castro.
Segundo relatam, o principal problema que atravessa o serviço é a existência de cerca de 200 postos de trabalho desocupados, apesar de ser uma equipe essencial para garantir a segurança dos cidadãos e a proteção do patrimônio natural da Galícia. “Estas falhas foram negadas sistematicamente pela Secretaria Xeral Técnica até que, após denúncias públicas feitas pelos três sindicatos, a Conselharia foi forçada a reconhecer a situação e fazer uma convocação extraordinária para cobrir 198 vagas estruturais”.
Segundo indicam, estas vagas não estavam operacionais porque seus titulares encontravam-se em situação de incapacidade temporária. Apesar da convocação, dizem as centrais, apenas cerca de 50% dos postos foram preenchidos e Meio Rural não realizou nenhuma gestão para conseguir uma cobertura total. “A consequência é que, em plena onda de incêndios, o serviço continua com um déficit de pessoal que evidencia a inação e a falta de responsabilidade por parte da Secretaria Xeral Técnica”, afirmam.
CCOO, CSIF e UGT denunciam que em Meio Rural ignoraram repetidamente os pedidos para preencher os postos vagos e garantir que o dispositivo de extinção estivesse plenamente operativo e ao máximo de sua capacidade. Além disso, lamentam que os chamados realizados não melhoram os efetivos, mas limitam-se a mover pessoal entre postos, perpetuando um déficit estrutural e provocando que o pessoal não receba o treinamento necessário devido à improvisação na gestão.
Os riscos que corre a Junta
Na opinião dos sindicatos, a maneira de proceder de Meio Rural aumenta o risco sobre os brigadistas e demais profissionais do serviço de extinção, compromete a eficiência dos operativos e pode ter consequências “devastadoras” para o território e a segurança das pessoas. A isto soma-se uma política de pessoal marcada pela “falta de transparência nos processos de cobertura”, a “improvisação constante na gestão dos recursos humanos” e o “deterioro progressivo das condições laborais”.
Por isso, CCOO, CSIF e UGT exigem “a substituição imediata” do secretário xeral de Meio Rural, Jorge Atán, “ao ter ficado demonstrada sua incapacidade para garantir o funcionamento adequado de um serviço essencial como o SPIF”; e antecipam que impulsionarão medidas de pressão e mobilização enquanto esta exigência não for atendida.