Escotet descarta a entrada em bolsa da Abanca, embora “seja um momento atraente”

O presidente da Abanca, Juan Carlos Escotet, descartou entrar na bolsa de valores, mesmo que os níveis de rentabilidade e avaliações do setor estejam em níveis mais atraentes do que há alguns anos. “Não vemos motivos para entrar na bolsa neste momento. O bloco de controle é muito estável”, destacou Escotet durante sua participação no ‘XVI Encontro Financeiro’, organizado pela KPMG e Expansión. O presidente e seu ‘family office’ controlam cerca de 85% do capital da Abanca.
O presidente da entidade explicou que entrar na bolsa de valores anos atrás “não era oportuno” porque os preços “não faziam sentido”, embora agora a realidade seja completamente diferente, com quase todos os bancos cotando com prémios sobre seu valor contábil.
“É um momento atrativo para fazê-lo dado os níveis de rentabilidade que temos. Para nós, a única forma de justificá-lo seria que fosse por uma operação de maior escala ou para facilitar processos de integração”, reiterou Escotet.
Eurobic e a IA
No futuro, o presidente da entidade defendeu que o banco continuará com sua estratégia de diversificação, consolidando-se nos mercados onde tem presença e investindo em tecnologia. Quanto à compra da Eurobic, Escotet indicou que permitirá “ter maior massa crítica” para competir. Além disso, o negócio se fortalecerá com a complementação das redes da Eurobic e Abanca em Portugal, bem como a implementação da plataforma tecnológica.
Precisamente sobre a tecnologia, Escotet defendeu o retorno que gera a implementação de soluções de inteligência artificial. “Estou absolutamente convencido de que é rentável e será progressivamente muito maior”, defendeu, embora tenha dito que é preciso ter claro “onde estão as melhores oportunidades”.