Fernández Somoza liquida a sua última sicav, com 85 milhões de património

O antigo proprietário de Azkar comunica à CNMV a renúncia da sua sociedade Currelos a continuar operando como sicav, apenas um ano após dissolver o seu outro braço investidor, Guntín, quando acumulava um patrimônio de mais de 150 milhões

Uma das últimas fortunas galegas que movia seu capital através de sicavs acaba de colocar os pés em polvorosa. Luis Fernández Somoza, antigo dono da Azkar, fechará seu segundo veículo de investimento de capital variável, a sociedade Currelos, pondo fim ao seu vínculo com sicavs, através das quais chegou a movimentar mais de 250 milhões.

Num comunicado enviado à CNMV, Currelos de Investimentos, gerida por Santander Private Banking, explica que convocou uma assembleia geral extraordinária de acionistas para “tomar conhecimento, entre outros acordos, de sua renúncia à autorização administrativa como sicav e consequente baixa no registro administrativo de sociedades de investimento de capital variável da Comissão Nacional do Mercado de Valores”.

A baixa de Currelos ocorrerá pouco depois de o empresário ter feito o mesmo com Guntín, sua outra sicav, cuja transformação foi aprovada em assembleia de acionistas no passado 21 de novembro. Também com o Santander no comando, esta sociedade era de maior tamanho que Currelos, já que gerenciava 152 milhões de patrimônio.

No caso de Currelos, as contas do primeiro semestre de 2025 enviadas à CNMV mostram um patrimônio de algo mais de 85 milhões, frente aos 83,3 milhões com que começou o exercício. A rentabilidade líquida acumulada no período foi de 2,06%. Fernández Somoza controla 99,72% do capital.

As últimas sicavs

A retirada do empresário ocorre após uma verdadeira debandada das fortunas galegas, nas quais dissolveram ou transformaram seus veículos de investimento Sandra Ortega, Juan Carlos Rodríguez Cebrián, Dolores Ortega, Modesto Rodríguez, Jesús Domínguez (Textil Lonia) ou os Freire (Megasa). Sua saída ocorreu após a mudança normativa para perseguir os mariachis, os homens de palha que permitiam que os grandes patrimônios cumprissem a normativa para desfrutar das vantagens fiscais das sicavs, embora realmente não tivessem peso algum no capital das mesmas.

A Lei de Medidas de Prevenção e Luta contra a Fraude Fiscal do Governo central estabeleceu que todos os acionistas dessas sociedades de investimento coletivo, ao menos 100, deveriam possuir uma participação mínima de 2.500 euros. Os que não cumpriam esta característica, a maioria, optaram por fechar as portas. Fernández Somoza foi uma das poucas fortunas que mantiveram suas sicavs, mas em pouco mais de dois anos acabarão fechadas. Outro que a manteve foi Pedro Fernández Puentes, dono da farmacêutica Zendal e acionista de Pharma Mar.

Antes da mudança normativa, tanto Amancio Ortega quanto Manuel Jove já haviam fechado as suas.

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