Malasa, grande fornecedora da Inditex, duplica lucros no primeiro ano de Hortensia Herrero (Mercadona)

Malasa acelera sua expansão. O grupo especializado em design, fabricação e instalação de mobiliário sob medida fechou com crescimento de dois dígitos tanto em faturamento quanto em lucros no ano fiscal de 2024, marcado pela entrada de Hortensia Herrero (vice-presidenta da Mercadona) em seu quadro societário, bem como pelo impulso de uma nova equipe diretiva.

De acordo com os balanços anuais que a companhia galega registrou no Registro Mercantil de A Coruña, seu volume de negócios ficou a um passo de quebrar a barreira dos 150 milhões de euros. Em particular, Grupo Malasa registrou um avanço de 16,1% em suas receitas, que alcançaram 149 milhões de euros.

“No ano fiscal de 2024, houve um aumento nos níveis de faturamento (…) principalmente devido ao negócio de mobiliário e ao negócio de nossa filial no México, o que permitiu uma melhoria clara nos resultados. Isso foi possível, tanto pela recuperação da atividade de nossos principais clientes, o desenvolvimento de novos produtos e mercados. Outras ações como melhoria dos custos de matérias-primas e contenção de outros gastos, nos permitiram melhorar os resultados operacionais”, destaca a empresa em seu relatório de gestão.

O foco internacional de Malasa

Estes avanços em matéria de internacionalização são evidentes na mistura de receitas. O mercado nacional passou de gerar 56,4% do total em 2023 (72,4 milhões de euros) para 42,1% (62,6 milhões) em 2024. Esta perda de protagonismo é compensada pelo impulso de seu negócio em outros países da União Europeia, cuja contribuição aumentou de 19,1% (24,5 milhões) para 25,4% (37,8 milhões), e pela quota que abrange o “resto do mundo”, que passou de gerar 31,5 milhões de euros (um 24,5% do total) para 48,5 milhões (um 32,6%).

Este crescimento em termos de receitas resultou em um salto de 136,6% em seu lucro líquido, que alcançou 17,22 milhões de euros em um 2024 em que Hortensia Herrero, esposa de Juan Roig, materializou sua entrada no capital da empresa. Herrero, que em 2014 foi nomeada Filha Predileta de Valência, adquiriu uma participação de 31,1% através de Herrecha Inversiones e agora acompanha no quadro societário da companhia a Javier Pérez Patiño. O cofundador da empresa é agora também o principal acionista depois que seu irmão, Antonio Pérez Patiño, e o fundo GPF venderam suas ações.

“A evolução prevista para 2025 é um crescimento nas vendas como consequência das altas do negócio da filial mexicana e em seus principais clientes do setor de varejo”, antecipa a companhia, um dos fornecedores históricos galegos da Inditex.

Malasa supera os 1.000 trabalhadores

Além de ficar a um passo de entrar no seleto grupo de empresas da comunidade capazes de faturar mais de 150 milhões de euros, Grupo Malasa conseguiu alcançar outro marco. E é que o número de trabalhadores na equipe superou pela primeira vez a barreira dos quatro dígitos.

De acordo com a documentação apresentada pela empresa, o número médio de funcionários subiu de 889 registrados em 2023 para 1.064 em 2024.

A empresa realizou um total de 2.540 projetos distribuídos em 86 países ao longo de um 2024 em que atendeu mais de 1.500 clientes (um número que tem aumentado nos últimos anos). “Desde suas origens até hoje Grupo Malasa mantém como parte inegociável de seu modelo de negócios, a agilidade e disponibilidade a todo momento para com o cliente, e seu projeto sem comprometer a qualidade e o acabado de seus produtos e serviços”, destaca a empresa em seu relatório.

“Esse compromisso levou a um crescimento sustentado e a uma expansão internacional, que lhe permitiu se posicionar como uma das empresas referências no setor”, destaca a companhia, que também reforçou sua política de remuneração ao acionista. Após distribuir dividendos com carga em reservas no montante de 5,95 milhões de euros em 2024, Malasa realizou dois novos pagamentos no montante de 2,5 e de 2,31 milhões de euros neste 2025. Esses movimentos foram aprovados na assembleia geral de sócios dos dias 8 e 9 de janeiro, na qual também se acordou a “aquisição de três armazéns por um montante de 9,55 milhões de euros a uma parte relacionada”.