Windar Renovables, parceira da Navantia, ativa um ERE que afeta 40 trabalhadores em Fene
A multinacional apresentou aos sindicatos um processo de regulação de emprego, que começará a ser negociado no próximo 22 de setembro, sobre a filial Windar Wind Services que afetará cerca de 70 trabalhadores, incluídos as quatro dezenas das instalações corunhesas

A multinacional Windar Renováveis, sócia de Navantia com as estruturas para parques eólicos marinhos como os da Iberdrola em Saint Brieuc ou Kincardine, apresentou aos sindicatos um expediente de regulação de emprego (ERE) na sua filial Windar Wind Services que afetará cerca de 70 trabalhadores, incluindo os 40 trabalhadores que a companhia tem transferidos em Fene.
Assim foi reportado pela imprensa local asturiana que indica a falta de carga de trabalho pela paralisação nos Estados Unidos dos grandes projetos que a companhia tinha em carteira e pela falta de pedidos na Europa.
A companhia planeou anteriormente a transferência de 40 trabalhadores para Fene para evitar despedimentos. O pessoal tinha sido mobilizado por um período de nove meses que termina este 30 de setembro. As negociações do expediente de regulação começarão no próximo dia 22, data em que a companhia entregará a documentação aos trabalhadores.
Projeto em Avilés
Finalmente em 2023 a Autoridade Portuária de Avilés deu o visto bom para desenvolver o seu projeto de fabricação de equipamentos e estruturas num dos cais portuários da antiga Alcoa, o que representaria um investimento de 110 milhões.
A iniciativa, cuja execução estava planeada num prazo de três anos, destinava-se à fabricação e fornecimento de torres offshore e monopiles para turbinas de nova geração XXL para a sua posterior expedição marítima desde o porto de Avilés. A concessão foi outorgada por um prazo de 35 anos e previa-se que fosse aumentado o tráfego portuário em torno das 400.000 toneladas.
O Governo asturiano pede “tranquilidade”
O conselheiro asturiano de Ciência, Indústria e Emprego, Borja Sánchez, assegurou que se trata de uma notícia “que recebem com preocupação” mas ainda lança uma mensagem de “tranquilidade”. “Estamos em contacto direto com a companhia. A empresa nos transmite que, em princípio, as plantas de Astúrias, em princípio, não seriam afetadas, embora, obviamente, a notícia da apresentação de um ERE não é uma boa notícia”.
Segundo explicou o conselheiro “de momento o que se lhes transmite desde a direção da empresa é tranquilidade com respeito aos projetos que tem em Astúrias” e destacou que “é preciso ter em conta que a planta da Corunha estava muito orientada a uns projetos americanos que sabes que têm pinta de que não vão se realizar”
“Obviamente, a política de Donald Trump contra os eólicos, digo contra, porque diretamente é uma forma de energia que não está fomentando, pois trouxe como consequência cancelamento de contratos e a falta de carga laboral, que ao final se traduz nestes EREs. Também, como se manifestou e como se sabe, a entrada de produtos de outros países, notadamente da China e do Oriente, de todo o continente asiático, que são produtos que hoje por hoje não competem nas mesmas condições. Por isso, o que gostaria é de transmitir, de momento, tranquilidade para as plantas asturianas”.