Besteiro reitera em Bruxelas a rejeição à planta de Altri: “Não é um projeto maduro nem viável para Galiza”
O secretário-geral do PSdeG lembra que o projeto ficou de fora dos fundos europeus de inovação, apoios que sim foram recebidos por outros projetos galegos como as plantas de metanol verde de Mugardos e Begonte
José Ramón Gómez Besteiro, secretário-geral dos socialistas galegos, reafirmou em Bruxelas a sua recusa à planta que a empresa de celulose portuguesa Altri propõe no concelho lucense de Palas de Rei e indicou que é um projeto que não considera “maduro” nem tampouco “viável ou recomendável” para a Galiza.
Assim o afirmou perante a imprensa após reunir-se com o Gabinete do Vice-Presidente Executivo para a Estratégia Industrial da Comissão Europeia, onde, como detalhou, discutiram as linhas de trabalho do futuro Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034, bem como as oportunidades de financiamento para projetos industriais galegos.
O líder do PSdeG aproveitou para lembrar “os nãos” que o projeto da papeleira lusa recebeu até agora, especificamente do PERTE de descarbonização, da conexão elétrica na nova planejamento da rede para os próximos anos, e agora, dos fundos europeus de inovação.
De facto, o projeto foi excluído dos fundos europeus de inovação (‘Innovation Fund’), apoios que sim recebem diferentes projetos galegos como as plantas de metanol verde de Mugardos e Begonte.
Por outro lado, Besteiro referiu-se àqueles projetos que sim poderiam receber apoio comunitário, especialmente os ligados à transição verde, a descarbonização, a tecnologia aberta e a indústria de defesa e segurança.
Reforço às energias renováveis
Assim, como detalhou aos meios de comunicação o líder socialista, durante o encontro insistiu na importância de “reforçar ainda mais essas linhas que podem levar ao mundo das energias renováveis, do hidrogênio, e da aposta por esse corredor verde onde a Galiza deve ter um protagonismo realmente muito forte.”
Nesta linha, Besteiro, acompanhado pelo eurodeputado do PSdeG, Nicolás González Casares, enfatizou a necessidade de proteger setores como o aço, o cimento e o alumínio dentro do novo quadro financeiro para que também gozem de difusão e proteção.
“É importante que o aço, o cimento ou o alumínio, insisto, então tenham uma proteção para esse quadro 2028-2034 que, efetivamente, vai contribuir para manter essa viabilidade das empresas galegas”, assegurou à saída da Comissão Europeia.
Por último, reafirmou a aposta pela energia eólica, tanto terrestre quanto marítima, dentro do horizonte 2028-2034, uma aposta que foi enquadrada no contexto desse Quadro. Neste sentido, Besteiro continuará esta quarta-feira a sua agenda em Bruxelas com uma reunião com o Gabinete da Comissária de Meio Ambiente, bem como com a presidente da Comissão Especial sobre a Crise da Habitação na União Europeia (HOUS), Irene Tinagli.
Finalmente, na quinta-feira reunir-se-á com o Comissário de Pesca e Oceanos, Costas Kadis, e com a Vice-Presidente Executiva para a Transição Limpa, Justa e Competitiva, Teresa Ribera, dois encontros com os quais fechará sua viagem institucional a Bruxelas.