Margarita Robles critica os presidentes do PP por “não assumirem suas obrigações” nos incêndios.
A ministra da Defesa pede "responsabilidade" e "honestidade" aos líderes autonômicos, já que "eles sabem perfeitamente como se trabalhou desde o primeiro momento".

O fogo espoleia a confrontação política, na qual Alberto Núñez Feijóo e os líderes autonômicos do PP, incluindo Alfonso Rueda, localizaram na disponibilidade de meios por parte do Executivo central, sobre o qual não recai a competência de prevenir e extinguir os incêndios, mas que sim dispõe de recursos para colaborar com as comunidades autônomas. Os presidentes do PP acusaram o governo de não entregar os meios solicitados ou de chegar tarde a uma das maiores ondas de incêndios que a Galiza e a Espanha já viveram.
Neste cenário, a ministra da Defesa, Margarita Robles, pediu aos líderes autonômicos do PP, alinhados com o relato que emana de Génova, “responsabilidade” e “honestidade” sobre o ocorrido, e até os acusou de “não assumirem suas obrigações” para preveni-los face à incapacidade de responder perante o fogo. Robles até apelou às suas consciências, um dia antes de comparecer no Senado para explicar a atuação de seu departamento durante a crise.
A ministra explicou que destacará o trabalho das Forças Armadas na luta contra o fogo, mas também dirá “o que não foi feito”. “As comunidades autônomas não assumiram suas obrigações em muitíssimos casos”, criticou em declarações aos meios de comunicação desde a Base de El Goloso. Robles disse não querer “entrar em polêmicas e debates”, mas também pediu aos líderes do PP “responsabilidade”, já que “eles sabem perfeitamente como se tem trabalhado desde o primeiro momento”.
Que sejam “corajosos”
“Eu faço um chamado às consciências de todos eles, que conhecem a verdade, por favor, que sejam corajosos e o digam”, indicou Robles, que apontou ao presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, como influência para que os barões não reconheçam o trabalho do Governo. “Peço que na política haja honestidade e que não se falte à verdade”, enfatizou.
De toda forma, garantiu que ela sim elogiará o trabalho das Forças Armadas na extinção dos incêndios, “com muito honra, muito orgulho e muita gratidão”. “Estiveram desde o minuto um e os presidentes autonômicos sabem, estiveram à altura desde o primeiro momento”, acrescentou a ministra. “Eu ouvi muito poucas palavras de agradecimento dos dirigentes do PP”, finalizou.
Por outro lado, a titular da pasta da Defesa assegurou que a Unidade Militar de Emergências (UME) e os Exércitos continuarão lutando contra o fogo e ajudando a população “o tempo que for necessário”. “Não se vai poupar nenhum esforço, como não se poupou desde o 2 de agosto”, comprometeu-se.