O PP galego e o BNG colidem pela Constituição de 1978
O presidente galego, Alfonso Rueda, garante que a Constituição "tornou pública a convivência em liberdade" enquanto a líder do BNG, Ana Pontón, considera que a Carta Magna veio "herdada do franquismo"
Alfonso Rueda e Ana Pontón
Visões opostas do PP galego e do BNG em relação ao Dia da Constituição. O presidente da Xunta, Alfonso Rueda, reivindicou a Constituição Espanhola de 1978 como um quadro que reconhece a “diversidade territorial” e “garante o autogoverno da Galiza”.
Através de uma mensagem em seu perfil oficial da rede social X, Rueda lembrou que a Carta Magna “tornou possível a convivência em liberdade, estabilidade e progresso”. “A Galiza continuará defendendo uma Espanha plural e com direitos para todos”, enfatizou Rueda na mensagem, que foi acompanhada de uma imagem em que se vêem içadas as bandeiras da Galiza e da Espanha.
Pontón clama contra a Constituição
Por sua vez, a porta-voz nacional do BNG, Ana Pontón, reivindicou “um novo estatuto político” para a Galiza, superando a estrutura de uma Constituição “herdada do franquismo” e defendeu um autogoverno “real e livre de interferências centralistas”.
Durante a celebração no Panteão de Galegos Ilustres sobre a fundação do Partido Galeguista no dia 6 de dezembro de 1931, a líder do BNG reivindicou “democracia plena e o reconhecimento da Galiza como uma nação que tem direito a um autogoverno real, com capacidade de decisão para gerir nossos recursos”, enfatizou Pontón.
Logo em seguida, numa declaração política, defendeu a necessidade de “blindar” a plena capacidade de decisão da Galiza em “âmbitos chave” para o desenvolvimento económico, social e cultural, “sem interferências centralistas”. Pontón denunciou que o atual quadro constitucional “perpetuou e acentuou” a “dependência e o centralismo” que Castelao e o Partido Galeguista denunciavam.
“Tinham claro que essa dependência política e as agressões e pilhagens derivadas eram a causa do atraso da Galiza e da impossibilidade de olhar para um futuro melhor”, argumentou a líder nacionalista. A seu ver, “não podem” celebrar uma Constituição que “nega, limita os direitos e aspirações nacionais”, que “impõe barreiras” ao desenvolvimento e bem-estar e que “consolida uma instituição tão anacrónica e antidemocrática como a monarquia”. Além disso, Pontón celebrou que o BNG cada vez “congrega mais apoios e entusiasmo” como a “única alternativa” que a comunidade galega tem “para conseguir a transformação social” que necessita.
“O PPdeG sabe que somos a alternativa eficaz e a cada dia estão mais nervosos”, assegurou Pontón, ao mesmo tempo que afirmou que os ataques, “cada dia mais agressivos”, que recebe o BNG das fileiras populares são “a melhor demonstração de que o BNG está no caminho certo”.