Os produtores de porco na Galiza, diante da baixa dos preços pela gripe suína: “O 2026 vai ser ruim”

Os produtores da comunidade estimam em 1,5 milhões por semana o efeito na comunidade da queda de preços devido à crise detectada na Catalunha

Os casos de peste suína detectados na Catalunha têm a sua derivada na Galiza, onde os produtores veem como os preços baixam. Foto: David Zorrakino – Europa Press

Galiza também sofre as consequências dos casos de gripe suína detectados em javalis na Catalunha. Em concreto, uma queda dos preços que, por enquanto, gera um impacto de 1,5 milhões de euros por semana. “Sabemos que dezembro vai ser horrível e 2026 um ano muito mau“, avisa o presidente de Fegapor, Pablo Meijomín.

Em declarações à Europa Press, o representante da federação galega de suíno indica que os preços de referência caíram 20 cêntimos por porco –10 cêntimos numa primeira mesa extraordinária realizada em Lleida na segunda-feira, e outros 10 cêntimos na quinta-feira–, o que, dependendo do peso, representa “entre 25 e 30 euros por cada um produzido” na comunidade galega.

Produção na comunidade

Galiza produz, de acordo com seus números, cerca de 60.000 porcos por semana –3 milhões ao ano–, daí o efeito de 1,5 milhões de euros semanais que, segundo seus cálculos, deixa de receber o setor galego nos últimos dias.

A isso deve-se somar, segundo alerta Meijomín, que “há matadouros que já estão pagando abaixo do preço de referência”, que é aquele que se fixa em Lleida.

Neste contexto, “tudo” o que se exportava para o Japão, desde Coren e também desde “dois ou três matadouros portugueses” que se abasteciam “100%” de porcos galegos, continua “parado”, indica o representante do setor.

“Buscar alternativas”

Um setor que assiste “expectante” às negociações do Ministério da Agricultura com a vista posta em conseguir que países como o nipónico e também o México, entre outros, apliquem o princípio da regionalização, de modo que não cancelem as importações de zonas da Península Ibérica nas quais não se tenha detectado nenhum caso de peste suína africana.

Para o próximo exercício, “ou se abrem novos mercados” ou “vai ser um ano muito mau”, constata Pablo Meijomín, que crê que o setor “vai ter que se autorregular” e, entre outras medidas, “deixar de trazer leitão do resto da Europa”. Assim, defende “buscar alternativas” e vê na China potencial de aumento das exportações.

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