A associação patronal da Inditex, Primark e H&M: mais de dois anos de negociação para o primeiro acordo

A Associação Retail Têxtil Espanha (ARTE) convocou os sindicatos para retomar a negociação do primeiro acordo coletivo estadual do setor de comércio têxtil e de calçado, após meses de interrupção. ARTE é impulsionada pelas grandes multinacionais da moda, com Inditex desempenhando um papel protagonista na sua criação. Hoje integra a Mango, Primark, H&M, Bimba y Lola, Uniqlo, Tendam, Pepco, Kiabi ou AWWG, o grupo que comercializa Pepe Jeans London, Tommy Hilfiger ou Calvin Klein.

A patronal, segundo explica num comunicado, apresentará a proposta do setor aprovada por unanimidade há algumas semanas com a qual pretende agilizar a assinatura do acordo, pois diz que garantirá “a estabilidade e equidade” de mais de 100.0000 profissionais do setor, sobretudo mulheres, e de todas as empresas. O acordo, em todo caso, não está sendo simples. A mesa de negociação foi constituída em 2023 e as negociações começaram em setembro desse ano, pelo que o processo já ultrapassou os dois anos.

O aumento salarial

Entre os pontos conflituosos está a proposta de aumento salarial, onde a patronal mantinha a sua de 2%, distante dos 5% que reclamavam os sindicatos. No entanto, ARTE, que assegura que “continua avançando” no compromisso adquirido de impulsionar um acordo que melhore a situação atual. A vocação da organização, diz, é oferecer segurança e garantir a maior homogeneidade possível nas condições laborais do setor, com as particularidades territoriais estabelecidas na lei. Uma vez fechado, o acordo cobriria cerca de 100.000 trabalhadores na Espanha.

A mesa de negociação está formada por CCOO, como sindicato maioritário, e por UGT, com presença de ELA e CIG, que são os majoritários nos seus territórios, e de Fetico.