Alcoa clama contra o ‘não’ de PP, Vox, Podemos e BNG ao decreto antiapagão: “Estamos muito decepcionados”

Molly Beerman, diretora financeira da multinacional, assegura que a Espanha "ainda tem um problema energético a ser resolvido", mas prevê que a planta de alumínio de San Cibrao voltará ao caminho da rentabilidade quando operar a plena capacidade

Alcoa renova seu otimismo pelo complexo de San Cibrao, mas atribui tarefas ao governo central e à oposição devido à situação energética na Espanha. A companhia considera que a planta de alumínio “é rentável” em plena capacidade, porém, lamenta o atraso de um ano que foi obrigada a aplicar nos seus planos como consequência da crise pelo apagão que aconteceu no final de abril.

Molly Beerman, diretora financeira da multinacional com sede em Pittsburgh, participou nesta quarta-feira na décima terceira conferência anual da Morgan Stanley em Laguna Beach. Durante sua apresentação, a executiva destacou que o reinício das atividades em San Cibrao em julho está “progredindo realmente muito bem”.

“Apesar das tensões trabalhistas, contamos com uma equipe extraordinária. São excelentes operadores. E isso está progredindo. Originalmente, quando começamos a retomada em janeiro, esperávamos alcançar a capacidade máxima até outubro de 2025”, explicou a executiva. No entanto, o golpe pelo apagão obrigou a modificar este plano, de modo que esse marco não será alcançado até “meados de 2026”. “Esperamos ser lucrativos no final de 2026, mas isso coloca alguma pressão sobre o tesouro que temos disponível atualmente”, destacou a executiva.

A volta com o apagão

Nesse sentido, a companhia também compartilha sua preocupação sobre a possibilidade de que ocorra um cero no sistema elétrico. “Nossas conversas com o governo têm sido focadas no apagão. Qual é a causa do apagão? O que estão fazendo para fortalecer a resiliência da rede elétrica? E quais custos serão repassados aos consumidores industriais?”, questionou Beerman.

Além das críticas ao Governo presidido por Pedro Sánchez, a diretora da Alcoa estendeu seu descontentamento para os partidos políticos que derrubaram o decreto antiapagão na votação que ocorreu no mês de julho no Congresso dos Deputados. PP e Vox votaram contra a medida por entenderem que não estavam sendo atribuídas responsabilidades políticas enquanto Podemos entendia que o decreto não servia para prevenir apagões porque não impunha obrigações reais às elétricas nem sanções por negligências.

ERC, PNV, EH Bildu, Coalición Canaria e o PSOE sim votaram a favor desta medida que Alcoa via com bons olhos para reforçar seu futuro em Galiza. “Estamos muito decepcionados porque o Parlamento espanhol não aprovou a proposta apresentada. Tinham, eu acredito, 65 medidas para fortalecer a rede”, lamentou Beerman.

Na opinião dela, “A Espanha ainda precisa tratar das práticas energéticas e o que vão fazer para que empresas industriais como Alcoa possam sobreviver aqui”. “Ainda têm um problema energético a tratar”, advertiu.

Mudança de ciclo com a alumina

Paralelamente, a executiva da Alcoa destacou novamente que, diferentemente do que vinha ocorrendo nos últimos anos, agora será a planta de alumínio que ajudará a compensar a falta de rentabilidade da fábrica de alumina. “Felizmente a refinaria de alumina deu lucro na primeira parte do ano, mas agora está numa posição de perdas”, revelou.

“As perdas brutas não são de grande magnitude, mas temos projetos de capital em curso ali. Esse projeto busca ampliar a capacidade da área de armazenamento de resíduos e prepará-la para seu eventual fechamento no futuro”, detalhou Beerman, que estima em cerca de 100 milhões de dólares os montantes que serão investidos para esse fim entre 2025 e 2026.

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