Amancio Ortega, um senhorio que também vende: livra-se de dois edifícios em seis meses para evitar suas reformas

O império imobiliário de Amancio Ortega através do seu family office, Pontegadea, tinha uma avaliação de quase 19.000 milhões no final do ano passado, segundo as avaliações contidas nas memórias de suas três grandes sociedades holding: Pontegadea Inversiones, Partler e Pontegadea GB 2020. Esse número teria aumentado, até este ponto do exercício, considerando as compras feitas nos últimos oito meses. O grupo gerido por Roberto Cibeira tem o mandato de reinvestir os lucrativos dividendos que o veterano empresário recebe da Inditex, então as aquisições de ativos são constantes. Raras são as desinvestimentos. Mas também os há. Nos últimos seis meses, o grupo com sede em A Coruña concluiu a venda de um imóvel em Paris e, agora, negocia a venda de um edifício de escritórios em Manhattan.

Segundo adiantou Bloomberg e foi possível confirmar por este meio, Pontegadea está a vender, atualmente, um edifício de escritórios em Manhattan que adquiriu há quase duas décadas. Localizado no 366 da Madison Avenue, a companhia se encontra em negociações com o grupo Sioni para transferir o ativo por cerca de 50 milhões de dólares. Na altura, lembra a publicação, custou cerca de 115 milhões, mas desde então até agora deve-se considerar as depreciações de valor.

De fato, segundo fontes empresariais consultadas por este meio, Pontegadea poderia ter decidido colocar à venda este ativo pois o investimento que implicaria sua atualização seria excessivo para a rentabilidade que proporciona. Uma motivação semelhante à que teria levado à venda de um hotel em Paris há alguns meses.

Venda de ativos antigos

O acordo de fechamento da operação foi anunciado em abril do ano passado. Uns meses antes, Pontegadea decidira colocar à venda um imóvel de escritórios situado na 48 da rua Notre Dame des Victories. O ativo passou para o fundo luxemburguês Mimco e a sociedade gala de gestão de ativos imobiliários Foncière Renaissance após o desembolso de cerca de 90 milhões de euros.

A companhia corunhesa iniciou um período de recepção de ofertas que partia de uma avaliação de 80 milhões. Norma da casa, desde Pontegadea não se fizeram comentários sobre esta desinvestimento, mas também neste caso apontava-se à possibilidade de que tivesse decidido efetuar a venda do ativo, anteriormente ocupado pelo Banque de France, antes de abordar uma reforma significativa para voltar a alugá-lo.

De fato, uma vez adquirido, os compradores, através de um comunicado, indicaram que iniciavam uma reforma de grande escala. “Localizado frente ao Palácio Brongniart, no coração do distrito financeiro central da Ópera, este emblemático ativo será submetido a uma reforma de alta gama para satisfazer os mais altos padrões dos utilizadores de escritórios atuais”, explicavam. “O edifício tem uma superfície total de 7.417 m² distribuídos em sete andares, em torno de um pátio central. Sua configuração em esquina oferece uma excelente visibilidade e vistas desimpedidas de Paris. Para se adaptar às expectativas dos ambientes de trabalho modernos, o ativo será completamente redesenhado para oferecer uma nova experiência ao ocupante, combinando conforto, design contemporâneo e um alto desempenho ambiental”, apontavam.

A previsão dos novos proprietários é que os trabalhos de atualização do imóvel terminem