As antigas plantas galegas de Villar Mir diversificam sua produção pela primeira vez em 120 anos.
Xeal, agora nas mãos da checa Energo-Pro, lança um projeto para produzir uma liga de cromo, que se somará ao ferrossilício e ao ferromanganês que fabrica em A Costa da Morte.

Xeal continua colocando peças para fortalecer o futuro das suas fábricas na Costa da Morte, um negócio que pertenceu ao Grupo Villar Mir e que passou inicialmente para as mãos do fundo de investimento Sixth Street Partners e opera desde 2023 sob o comando da companhia tcheca Energo-Pro. O fabricante de ferroaleações, cuja produção vende a Ferroglobe, anunciou a implementação de um projeto para fabricar uma liga de cromo, ferrosilicromo, em sua planta de Cee.
Essa modernização necessitará de “um investimento significativo” –que não quantifica– em um dos fornos da fábrica da Costa da Morte. Se a iniciativa for concluída, o que a empresa considera “estratégico”, será a primeira vez que as fábricas de Cee e Dumbría diversificarão sua produção nos 140 anos de história. Vale lembrar que sua atividade está ligada às centrais hidrelétricas que opera pelos rios Xallas e Grande e que representam sua principal fonte de lucros.
Xeal estima que poderá alcançar uma produção anual de até 25.000 toneladas de ferrosilicocromo, “fortalecendo sua capacidade de responder às necessidades de setores estratégicos”, conforme indicado em um comunicado.
O futuro de Xeal
Este projeto se soma ao investimento de 25 milhões que a companhia destinará a uma nova planta de carvão vegetal em Dumbría, que permitirá substituir entre 15% e 30% do carvão fóssil usado na produção de ferroaleações por biomassa de origem vegetal. Esta instalação permitirá à companhia evitar a emissão de cerca de 50.000 toneladas de CO₂ anuais.
“A diversificação de nossa produção junto com a futura planta de carvão vegetal, são dois marcos muito relevantes para Xeal e representam nosso roteiro para uma indústria mais diversificada e sustentável, para tentarmos nos adaptar de forma resiliente às mudanças regulatórias e de mercado que enfrentamos no contexto atual”, afirmou María Couto, CEO de Xeal.
As renováveis
Estes dois investimentos representam a aposta de Xeal no setor industrial, embora seu negócio tenha uma segunda vertente, a das renováveis. Nesta área, está tramitando a central hidroelétrica reversível de Monte da Ruña, um projeto que necessitará de cerca de 400 milhões de euros para alcançar uma potência instalada de 400 megawatts e uma capacidade para gerar 1.400 Gw/h de produção estável.