BorgWarner, fornecedor de Stellantis, Renault ou VW: “A criatividade é apenas o começo, inovar requer muita disciplina”
O vice-presidente de Engenharia da empresa com planta em Vigo, Carlos Castaño, explica a importância da inovação num grupo especializado em motores e transmissões que se deparou com o desafio da eletrificação: “Tivemos que evoluir o portfólio para um totalmente diferente”

De startups a grandes empresas. O I Grande Fórum de Inovação e Empreendedorismo organizado pela APD e pela Xunta reuniu em Santiago os diferentes nós do ecossistema inovador da Galiza, fundamental para a competitividade econômica, pois é ele que permite pensar, desenvolver e materializar novos projetos. A jornada, que começou com um apelo da conselleira de Economia, María Jesús Lorenzana, à colaboração entre empresas e administração, percorreu cada uma das estações da cadeia inovadora, desde a colaboração entre empresas como Finsa e Arraigo na construção de casas de madeira; ao impacto no território de iniciativas como Aldealista, vencedora da Impact Social Cup, um dos principais reconhecimentos na Espanha à geração de impacto positivo.
O evento, claro, também contou com a participação de grandes empresas. Entre elas, Borgwarner, um histórico fornecedor da automoção com fábricas em Vigo, O Porriño e Nigrán. O vice-presidente de Engenharia da empresa, Carlos Castaño, participou numa mesa de diálogo moderada por Isaac Rosón, diretor da área de Inovação do Igape. “Inovar requer muitíssima disciplina. Às vezes confunde-se com inventar, criar, mas isso é só o começo. Requer uma grande disciplina na execução. É 10% de invenção e 90% de transpiração, de suar a camisa”, disse o executivo.
Castaño sabe da importância desta área. Pertence a um grupo que historicamente se especializou em motores e transmissões e que se deparou com o advento do carro elétrico, numa transição que está gerando enormes problemas no setor. “Todo este processo de transformação ao sistema de propulsão elétrico é um superdesafio. Nos fez evoluir o portfólio para um totalmente diferente, e isso se faz à base de inovar. Não é um caminho fácil”, advertiu.
Para o executivo, a inovação tem que ser “parte da estrutura da empresa” e estar “a serviço da estratégia” que está sendo desenvolvida.
Empoderar o talento
Compartilharam mesa ao lado do vice-presidente da Borgwarner a diretora de Inovação e Adoção Cloud da Microsoft, Doris Gómez; Yago Campos, diretor de Inovação da Hijos de Rivera; e Ana Penas, Gerente de Inovação da Kaleido. Durante sua conversa, destacaram que “a inovação requer compromisso e gestão do risco”, e que a chave reside em empoderar o talento interno para que as empresas sejam capazes de evoluir e competir num ambiente global.
Também defenderam a necessidade de agilizar os processos para que sejam menos burocráticos e, nesse sentido, pediram a colaboração das administrações para acelerar os tempos dos projetos.