Espanha junta-se à ofensiva europeia para endurecer o controlo sobre Shein, Temu e AliExpress
Áustria, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Itália, Hungria e Polónia solicitam à Comissão Europeia que atue contra a “competição desleal” de plataformas de comércio eletrónico de países terceiros
Espanha junta-se a Áustria, Bélgica, França, Grécia, Itália, Hungria e Polônia numa solicitação à Comissão Europeia em que pedem que “aja com firmeza e de maneira contínua” contra o que consideram “competição desleal” de plataformas de comércio eletrônico de terceiros países.
Como avança o meio Fashion Network, o principal impulsionador da carta é o ministro francês do Comércio, Segen Papin. A Comissão já teria solicitado informações à Shein em um procedimento que poderia levar à abertura de uma investigação.
O ministro francês mencionou esta segunda-feira no Conselho de Competitividade realizado em Bruxelas que tal investigação terá que ser completada com “medidas provisórias para mitigar os riscos sistémicos não controlados por Shein nem por outras plataformas”. Segen também pediu “sanções adicionais” nos procedimentos já abertos contra outras firmas como Temu e AliExpress.
No início de novembro, a França tentou suspender a Shein com um procedimento administrativo após ser descoberto o caso da venda em seu marketplace de bonecas sexuais com aparência infantil, algo que obrigou a multinacional a suspender temporariamente todas as vendas realizadas por vendedores externos em sua plataforma “após detectar preocupações relacionadas aos produtos oferecidos por vendedores independentes”, comunicou a companhia. “Esta medida permitirá realizar uma revisão exaustiva para assegurar o pleno cumprimento da legislação francesa e os mais altos padrões de proteção ao consumidor”, explicavam então.
O governo francês levou aos tribunais o pedido de suspensão ao gigante chinês, que se pronunciarão no próximo dia 19 de dezembro, embora sustentem que a intenção não é proibir que opere, mas que implemente um quadro vinculativo que garanta que não se possam adquirir através de seu e-commerce produtos ilícitos, como este tipo de bonecas ou outros como facões.
Proteção aos consumidores
Em linha com a petição aos tribunais, a França aumenta a pressão sobre a Comissão Europeia, visto que os riscos sistémicos associados às grandes plataformas são competência comunitária.
Os signatários da carta enviada ao órgão Executivo da UE reclamam a aplicação estrita do Regulamento de Serviços Digitais (DSA) para proteger consumidores e empresas desses “riscos”.
Como indica Fashion Network, os oito Estados comprometem-se a realizar “esforços” coordenados com os quais se possam reforçar os controlos das autoridades aduaneiras e de proteção ao consumidor, ao mesmo tempo que convidam a Comissão a “assumir um papel ativo” e a reforçar as obrigações que devem ser assumidas pelas plataformas.