Florentino Pérez segrega parte do seu negócio na Galiza para facilitar a venda da filial Clece
ACS realizou uma cisão parcial de Samaín Servizos á Comunidade, responsável pelo atendimento domiciliar em Ourense ou Ferrol, em favor da recém-criada Clece Mayores, que passará a agregar todo o negócio de asilos, centros de dia e apartamentos tutelados
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Florentino Pérez mexe as peças. O presidente do Real Madrid e do grupo ACS emagreceu uma das suas duas filiais radicadas em Galiza para dar mais tamanho à recentemente criada Clece Mayores.
Segundo o Boletim Oficial do Registro Mercantil (Borme), ACS realizou uma “cisão parcial” do negócio de Samaín Servizos á Comunidade (filial de Clece) para transferi-lo para Clece Mayores. Esta última foi constituída em julho de 2023 para assumir todas as atividades relativas a residências geriátricas, centros de dia e apartamentos tutelados.
A sua criação foi interpretada como um passo adicional por parte de ACS para aliviar Clece e concentrar em torno dela uma atividade, a de serviços, que é considerada não estratégica pelo grupo liderado por Florentino Pérez. Clece Mayores já assumiu no passado ativos de filiais como a catalã Accent Social, a sevilhana Atende Servicios Integrados, a basca Zaintzen e a castelhana e leonesa Senior Servicios Integrales e agora dá um passo adicional com Samaín Servizos á Comunidade.
A pegada de Florentino Pérez em Galiza
Esta última tem sede em Vigo e está especializada «na prestação de serviços de limpeza e manutenção». No seu site, a companhia assegura estar comprometida “com o social e o meio ambiente, e com uma orientação para a sustentabilidade, liderança e inovação”. “Os nossos pilares estratégicos são a segurança e saúde das pessoas trabalhadoras e a plena satisfação dos nossos clientes”.
A empresa oferece serviços de atenção domiciliar em cidades como Ourense ou Ferrol e gere centros de dia como o de Sanxenxo. De acordo com a documentação apresentada perante o Registro Mercantil, Samaín Servizos á Comunidade contava, no final de 2023, com 330 trabalhadores em plantel e, além disso, viu como a sua faturação aumentava até os 30,36 milhões de euros, desde os 20,46 milhões registados no ano anterior.
Voltando à venda de Clece
Através destes movimentos, ACS busca proporcionar um maior tamanho a Clece Mayores, sociedade à qual já tinha sido transferida toda a atividade relacionada com a gestão de residências geriátricas, centros de dia e apartamentos tutelados e que até agora estava nas mãos de Clece. Sobre esta pende o cartaz de à venda, um trabalho para o qual, segundo o jornal Voz Populi, estão sendo utilizados os serviços de intermediação do Bank of America e Société Générale.
Clece, que em 2024 aumentou seus rendimentos em 5,3%, alcançando os 2.030 milhões de euros, e que registrou um lucro bruto de quase 50 milhões de euros, já recebeu ofertas de Serveo, ISS e Pacific Avenue Capital Partners, como noticiado por este meio. No entanto, todas estas propostas foram rejeitadas por uma ACS que enfrenta este processo de desinvestimentos com o objetivo de ganhar músculo financeiro para sua aposta nos centros de dados.
O CEO da ACS, Juan Santamaría, revelou no início do ano que a construtora está construindo o hub tecnológico mais grande dos Estados Unidos. “Este centro de dados terá uma capacidade de dois gigawatts e um tamanho similar ao da ilha de Manhattan de Nova York”, defendeu.
A outra filial galega da ACS
Assim, ACS dá mais um passo no processo de reordenação societária prévia à venda de Clece. Para isso, mexeu as peças com a que é sua principal filial em Galiza, mas não a única.
De facto, no perímetro de consolidação do grupo que preside Florentino Pérez também se encontra Integra Mantenimiento, Gestión y Servicios Integrados Centro Especial de Empleo Galicia SL. Com sede na cidade da Coruña, a empresa opera como filial de Integra CEE, uma empresa que emprega 5.500 pessoas, das quais 92% têm deficiência.
