O TSXG rejeita a suspensão cautelar do projeto da Alcoa para ampliar a bacia de lodos vermelhos
O alto tribunal galego rejeita a pretensão de uma associação ecologista para deixar sem efeito a resolução da Xunta que autorizou o plano de restauração e aumento do depósito de lamas de Alumina
A justiça galega respalda o projeto de Alcoa para ampliar a represa de lodo vermelho de sua planta de Alumina, no município de Xove, em Lugo. O Tribunal Superior de Xustiza de Galiza (TSXG) negou o pedido de uma associação ecologista para suspender cautelarmente a resolução da Xunta que autorizou o plano de restauração e o projeto de construção do alteamento do depósito.
Em fevereiro passado, a Consellería de Economía e Indústria, através da Direção Geral de Planificação Energética e Minas, autorizou o projeto para a ampliação da represa de lodo vermelho, o que permite aumentar sua capacidade em quatro metros a mais. Argumentou-se pelo governo galego que esta infraestrutura é fundamental para garantir a viabilidade da planta, sendo crucial ter uma infraestrutura onde depositar os resíduos gerados durante o processo industrial para produzir alumina a partir de bauxita. O projeto também conta com uma declaração de impacto ambiental favorável.
No entanto, a associação Ecoloxistas en Acción Galiza apresentou um recurso contra a resolução da Xunta, ao defender que a infraestrutura envolve riscos. Entre outras questões, a entidade entende que é suscetível a um acidente grave, por estar destinada à contenção de resíduos perigosos, e que existe um risco de colapso da represa.
Não há uma autorização nova
A Sala rejeitou em uma decisão as alegações apresentadas pela associação. Assim, destaca que é “muito importante” ter em conta que “não estamos perante a autorização de uma nova atividade, mas da modificação de uma estrutura para prosseguir com a que já existia com sua autorização”.
Por isso, recorda que “o sucesso do pedido suspensivo do novo projeto deveria vir condicionado a que se comprovasse, de forma rigorosa ou muito indicativa, ou a aparição de novos danos ambientais ou o aumento dos já existentes, mas sem esquecer que a origem desses danos teria que estar na modificação da estrutura da represa, para o qual se exigiria não uma prova feita por um graduado em biologia, nem em geologia, nem em medicina, mas em qualquer disciplina associada a esse tipo de estrutura, o que não foi o caso”.
Esta é a segunda vez que o TSXG respalda a represa de lodos de Alumina. Em abril já havia negado o pedido cautelar formulado pela Associação Petón do Lobo para paralisar a atividade na represa de lodo vermelho de Alcoa e o aumento do dique de cauda enquanto não se regularize sua situação e atualize seu Plano de Emergência Externa.
Possibilidade de recurso
Os magistrados também adicionam que em outros dois autos já fizeram “especial ênfase na ponderação dos interesses em jogo a ter presentes”. Na resolução, indicam que tais interesses não são “tanto os da promotora da atividade extrativa e de elaboração do alumínio, mas os próprios da carência dessa matéria-prima, os dos trabalhadores, contratistas, clientes, vizinhos, famílias e negócios da área”. A esse respeito, indica que a associação ecologista não realizou alegações. A decisão não é definitiva, pois cabe recurso.