Cai uma trama que defraudou entre A Coruña e Madrid quase 8 milhões com falsos investimentos em hotelaria e turismo.
Os responsáveis do grupo captavam fundos de pequenos investidores através de anúncios em redes sociais e nos próprios locais, prometendo altas rentabilidades pela sua participação em novos restaurantes ou em habitações de aluguer de férias.

A Polícia Nacional desarticulou uma estrutura empresarial que supostamente defraudou mais de 7,7 milhões de euros de pequenos investidores particulares entre A Coruña e Madrid. Segundo o Corpo explica, foram detidas um total de seis pessoas responsáveis pela captação de fundos seguindo um modelo de investimento de microfinanciamento que utilizava restaurantes e imóveis para aluguel de temporada.
Até o momento foram detectadas 63 vítimas, embora se estime que esse número possa chegar a cerca de 800. Além disso, essa rede criminosa também teria defraudado a Tesouraria Geral da Seguridade Social em mais de um milhão de euros.
Primeiros passos da investigação
A investigação começou em 2024 quando agentes da UDEF tomaram conhecimento da existência de várias pessoas que aparentemente haviam sido vítimas de uma fraude de investimento via ‘crowdfunding’.
De acordo com as investigações dos agentes, os responsáveis pelo grupo captavam fundos de pequenos investidores através de anúncios em redes sociais e nos próprios locais, prometendo altos retornos pela sua participação em novos restaurantes ou em imóveis para aluguel de temporada.
Contudo, os lucros prometidos raramente se materializavam, e as vítimas eram reencaminhadas para projetos diferentes ou recebiam contínuas evasivas. Para reforçar a confiança, apresentava-se às vítimas um modelo de negócio falsificado, com métricas manipuladas e projeções distantes da realidade.
Mais de 40 contas bancárias
Os investigadores constataram que as contribuições econômicas mal eram destinadas aos investimentos comprometidos, e que muitos projetos eram abandonados pouco tempo depois, justificando perante os investidores aparentes fracassos empresariais.
A operação incluía o movimento constante de fundos entre mais de 40 contas bancárias do grupo para dificultar o rastreamento, sendo o capital finalmente desviado para gastos pessoais do principal investigado.
A investigação permitiu detectar que o montante defraudado nos investimentos dos particulares ascende a 7,7 milhões de euros entre os anos 2022 e 2024.
Além disso, foi comprovada uma fraude contra a Tesouraria Geral da Seguridade Social no valor de 1.011.612 euros, cometida mediante o uso de laranjas e o não pagamento deliberado de obrigações trabalhistas e fiscais.
Finalmente, foi realizada uma operação simultânea em A Coruña e Madrid onde seis pessoas foram detidas, três em cada cidade, e foram feitas três buscas na cidade galega nas quais foram apreendidos documentos importantes para a investigação, vários telefones móveis, um laptop e um carro. Além disso, foram bloqueadas doze contas bancárias e um imóvel avaliado em 60.000 euros.