Centenas de pessoas saem às ruas em Santiago para protestar contra os “cortes” na educação
A CIG-Ensino exige à Xunta que "corrija a política de cortes", além de "recuperar as condições laborais de há 15 anos" e "reconhecer" o trabalho do professorado e das famílias.

Centenas de pessoas manifestaram-se este sábado em Santiago de Compostela para reclamar um “ensino público e de qualidade”. Entre suas reivindicações, exigiram à Xunta “menos cortes” na educação ao mesmo tempo que reivindicavam a atenção à diversidade como “prioridade”.
A manifestação, convocada pela CIG-Ensino, começou por volta das 12h00 na Alameda e reuniu cerca de 900 pessoas, segundo estimativas da Polícia Nacional. Este é o primeiro passo das mobilizações programadas para este início do ano letivo, que culminará com uma greve no dia 25 de setembro.
Em declarações aos meios de comunicação antes do início da manifestação, a secretária nacional do sindicato, Laura Arroxo, resumiu seus pedidos à Consellería de Educação em três: “retificar a política de cortes”, cujos efeitos ela sitúa nas condições de trabalho do professorado e na atenção à diversidade; “recuperar as condições de trabalho de 15 anos atrás”, e “reconhecer” o trabalho do professorado e das famílias.
“Reconhecer significa não nos colocar censuras, não nos colocar limitações e não nos jogar à burocracia, que impede que façamos o que gostamos, que é dar aula”, explicou sobre a terceira das reivindicações. “E reconhecer significa não ter 800 vagas sem cobrir no primeiro dia de aula”, acrescentou.
A manifestação foi liderada pelo bloco da CIG-Ensino, seguido pela representação de outros coletivos que levavam suas próprias faixas e símbolos. Entre eles, a formação política BNG, a Confederação de ANPAS Galegas e grupos de colégios específicos.
Por exemplo, este é o caso do ANPA Santa Uxía do CEIP Plurilingüe (Ribeira), que em seu cartaz clamava ‘O grupo quer professores!’, e o do CEIP Ana María Diéguez, que em sua faixa pedia mais pessoal especialista de pedagogia terapêutica (PT) e audição e linguagem (AL).
Esta foi uma das reivindicações mais presentes na manifestação, em proclamas como ‘Onde estão? Que não se veem os PTs, AL e Orientação!’. Também foi um dos pontos centrais do manifesto: “A atenção à diversidade deve ser uma prioridade”, pronunciou Arroxo.
Por sua parte, as críticas à Xunta, a quem os manifestantes dirigiam suas reclamações, foram objeto de alusões claras em cânticos como ‘Há que cortar ao Partido Popular’ ou ‘Román, atende o ensino não se vende’, em referência ao conselheiro de Educação.