Galícia investiu mais de 2.000 milhões em operações imobiliárias nos Estados Unidos em quatro anos.

Os investimentos galegos em operações nos Estados Unidos alcançaram entre 2020 e o primeiro trimestre deste ano os 2.077 milhões de euros. Quase a totalidade dos investimentos foi focada no setor imobiliário, que ascenderam aos 2.073 milhões sendo o 2022 o exercício que mais capital concentrou com quase 1.260 milhões.

Segundo revelam os dados da Secretaria de Estado de Comércio consultados por Economia Digital Galicia, com o surto da crise sanitária provocada pela Covid-19, paralisaram-se os investimentos em solo estadunidense. Nesse ano, apenas foram destinados 16 milhões. Um ano mais tarde, essa cifra aumentou para os 100 milhões.

Importantes também foram os investimentos em operações imobiliárias realizadas em 2023, quando se alcançaram os 561.275 milhões. Um ano mais tarde, essa cifra diminuiu 76% até os 136.000 euros.

A cifra neste período também é inferior à realizada nos cinco anos anteriores, entre 2015 e 2019, quando os investimentos em tijolo em solo estadunidense superaram os 2.600 milhões.

Os investimentos dos Ortega

Os Ortega são alguns dos investidores galegos mais conhecidos no setor imobiliário nos EUA. A fortuna do fundador da Inditex depende, em grande parte, da multinacional têxtil, da qual controla quase 60% do seu capital através das sociedades Pontegadea Investimentos e Partler. Os investimentos em tijolo são outra parte fundamental do seu patrimônio e os Estados Unidos continuam sendo seu principal mercado imobiliário em termos de ativos e investimento.

A última operação conhecida no país presidido por Donald Trump foi a aquisição no início de junho do edifício Veneto Las Olas de Fort Lauderdale. Trata-se de uma torre de apartamentos de luxo de 46 andares em Fort Lauderdale (Florida) de recente construção.

A compra foi fechada com Related Group, a empresa promotora fundada pelo empresário argentino estadunidense Jorge M. Pérez, por 165 milhões de dólares, uns 145 milhões de euros ao câmbio.

O 2022 foi um ano especialmente investidor para o holding de Amancio Ortega. No ano do surto da inflação e da guerra na Ucrânia, Pontegadea fechou compras de ativos imobiliários no valor de 2.700 milhões. Neste exercício ocorreu seu desembarque no setor de logística, com a aquisição de sete centros de distribuição nos Estados Unidos por uns 900 milhões de euros. Também se incorporou ao seu portfólio imobiliário um arranha-céu em Nova York por 500 milhões e a torre Kiara, em Seattle, por outros 300 milhões de euros.

Assim como ocorre com seu pai, a fortuna de Sandra Ortega também se nutre da participação de um 5% no capital da Inditex e dos dividendos que lhe reporta. A outra base sobre a qual se sustenta seu patrimônio procede da aposta pelo tijolo.

Ferrado Imóveis, a principal divisão imobiliária de Rosp Corunna –o holding investidor da empresária corunhesa–, injetou em distintas imobiliárias mais de 220 milhões para continuar com seu negócio. Entre elas estava Ferrado Properties, a cabeça de seu negócio imobiliário nos Estados Unidos.

Os administradores da companhia indicaram durante o exercício que “se realizaram aportações monetárias no valor de 144,5 milhões de euros cujo propósito foi, fundamentalmente, a aquisição de novos imóveis”. No ano passado, o grupo de Sandra Ortega comprou um total de quatro edifícios, dois nos Estados Unidos e os outros dois na Alemanha.