A associação que denunciou a prorrogação da AP-9 ataca a última “manobra” da Audasa

En-Coletivo denuncia que Audasa criou uma caixa especial para que os afetados pelos pedágios cobrados a mais entre 2015 e 2018 depois de o Tribunal Supremo condenar a empresa

Imagem de arquivo da ponte de Rande / Europa Press

Em-Coletivo volta a atacar contra Audasa. A associação de consumidores que anteriormente denunciou as prorrogações na concessão da AP-9, criticou esta quarta-feira a última “manobra” da companhia para evitar devolver as tarifas de pedágio cobradas de forma indevida durante as obras na Ponte de Rande.

A entidade expressou sua “profunda preocupação” depois de saber que Audasa habilitou uma caixa postal especial para que os afetados enviassem seus pedidos de devolução com a documentação comprobatória. O movimento foi realizado depois de o Supremo Tribunal condenar a empresa a pagar parte dos pedágios cobrados durante os trabalhos realizados na ponte entre fevereiro de 2015 e junho de 2018.

O Alto Tribunal apreciou o Recurso de Cassação interposto pelo Ministério Público e sentenciou que Audasa incorreu em uma “prática abusiva” ao cobrar integralmente o pedágio dos usuários da via, embora não pudesse oferecer o serviço “nas condições que se supõem a uma autoestrada” de pedágios.

“No entanto, poucos dias depois, a 24 de novembro de 2025, a empresa apresentou perante a Primeira Sala do Supremo Tribunal um incidente de nulidade de atos como passo anterior a um possível recurso de amparo perante o Tribunal Constitucional, alegando supostas violações de direitos fundamentais”, regista Em-Coletivo.

Um movimento “incoerente e difícil de justificar”

Na opinião dos representantes da associação de consumidores, é “incoerente e difícil de justificar” que a empresa convide os usuários a solicitar a devolução de seus pedágios e, ao mesmo tempo, ative um procedimento para questionar ou anular a sentença. Do seu ponto de vista, não existe violação de direitos fundamentais e reabrir “artificialmente” esta questão “resolvida” significa “ignorar o direito dos usuários de recuperar seu dinheiro”.

“Mais uma vez nos surpreende que Audasa, em vez de assumir sua responsabilidade, tente dilatar o que o Supremo deixou claríssimo. Os usuários merecem respeito e as sentenças devem ser cumpridas”, afirmou Diego Maraña, presidente de Em-Coletivo. “Milhares de condutores pagaram por um serviço que não receberam. É hora de que Audasa devolva o que nunca deveria ter cobrado”, adicionou.

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