A macromina de lítio junto à fronteira da Galiza soma a sua oitava vitória nos tribunais de Portugal
O Tribunal Administrativo e Tributário de Mirandela rejeitou a ação apresentada pela Junta de Covas do Barroso, localidade onde se encontra a mina, contra a concessão concedida à companhia pelo Governo luso em 2016

A companhia espera, baseando-se nos testes realizados, uma melhoria e expansão dos recursos atuais do projeto, de cerca de 28 milhões de toneladas, “com uma concentração média de 1,05% de óxido de lítio”.
Projeto “estratégico”
Savannah Resources conta com a mineradora holandesa AMG como sócia no projeto, que será o maior depósito de espodumena de lítio da Europa declarado “estratégico” segundo a lei comunitária de matérias-primas críticas. A investimento previsto ronda os 236 milhões de dólares, cerca de 204 milhões de euros ao câmbio.
Os planos da empresa passariam por explorar quatro jazigos dos quais esperam extrair cerca de 1,5 milhões de toneladas de minerais durante os quase três lustros de vida útil estimada da mina. Segundo os cálculos de Savannah, com o projeto conseguir-se-ia o lítio necessário para meio milhão de veículos elétricos por ano.
Quanto à produção anual, a companhia estima que se superem as 191.000 toneladas de espodumena (o mineral a partir do qual se extrai o lítio). Também preveem a extração de um coproduto de feldspato e quartzo, que se destinarão para uso na indústria cerâmica uma vez que entre em operação em 2027.
A justiça portuguesa valida pela oitava vez o projeto de lítio que Savannah Resources impulsiona, localizado no município luso de Boticas, a cerca de 25 quilómetros da fronteira com a Galiza. Os tribunais rejeitaram a demanda apresentada pela Junta de Covas do Barroso, localidade onde se encontra a mina, contra a concessão outorgada pelo Executivo português em 2016.
A demanda foi apresentada em 2023 contra o Ministério do Meio Ambiente e contra a promotora. O Tribunal Administrativo e Tributário de Mirandela confirma a “validade e conformidade inequívocas” da concessão, embora a parte demandante tenha a opção de apelar perante o Tribunal Administrativo Central.
O diretor executivo da Savannah, Emanuel Proença, comentou que recebem “com satisfação” a decisão do tribunal. “É uma pena que tenhamos de enfrentar estes casos infundados, apresentados sistematicamente pelo mesmo pequeno grupo de demandantes, que, na nossa opinião, não representam a opinião de todos os atores locais”.
Quatro casos judiciais em curso
Este caso é o oitavo que conclui com um resultado positivo para Savannah, conforme explicado pela empresa. “Atualmente, restam quatro casos judiciais em curso em relação ao projeto. Nenhum deles afeta o progresso da Savannah com o Projeto. Em dois dos casos, os pareceres legais indicam que, assim como os casos que foram rejeitados, são infundados”, apontam.
O terceiro caso está relacionado com a disputa sobre os limites de pequenas parcelas de terreno que a empresa adquiriu a proprietários privados. “O impacto de uma possível sentença contra os proprietários envolvidos provavelmente se limitaria a modificações menores dos limites dos terrenos em questão”. Um resultado desfavorável por parte dos tribunais “não teria qualquer impacto material” no desenvolvimento do projeto, segundo sustenta a promotora.
O último dos casos foi aberto após a apresentação por parte de Savannah contra Covas Baldios –entidade que gere terrenos comunitários– com a qual solicita o “reconhecimento de ter cumprido todas as suas obrigações legais e contratuais” no arrendamento de uma parte dos terrenos localizados na área de exploração do projeto.
Altas expectativas
No passado agosto, a promotora divulgou os resultados de uns testes com os quais confirmaram os “altos e consistentes” níveis de lítio nos principais depósitos do jazigo. “Aproximadamente 66% do mineral e do óxido de lítio contidos classificam-se nas categorias superiores, segundo os padrões do Comité de Reservas Minerais (JORC)”, apontavam.
A companhia espera, baseando-se nos testes realizados, uma melhoria e expansão dos recursos atuais do projeto, de cerca de 28 milhões de toneladas, “com uma concentração média de 1,05% de óxido de lítio”.
Projeto “estratégico”
Savannah Resources conta com a mineradora holandesa AMG como sócia no projeto, que será o maior depósito de espodumena de lítio da Europa declarado “estratégico” segundo a lei comunitária de matérias-primas críticas. A investimento previsto ronda os 236 milhões de dólares, cerca de 204 milhões de euros ao câmbio.
Os planos da empresa passariam por explorar quatro jazigos dos quais esperam extrair cerca de 1,5 milhões de toneladas de minerais durante os quase três lustros de vida útil estimada da mina. Segundo os cálculos de Savannah, com o projeto conseguir-se-ia o lítio necessário para meio milhão de veículos elétricos por ano.
Quanto à produção anual, a companhia estima que se superem as 191.000 toneladas de espodumena (o mineral a partir do qual se extrai o lítio). Também preveem a extração de um coproduto de feldspato e quartzo, que se destinarão para uso na indústria cerâmica uma vez que entre em operação em 2027.