Ceamsa, o gigante das algas de O Porriño, roça os 200 milhões em vendas e expande-se pela Ásia
A empresa encerrou o ano passado com uma faturação de 185 milhões de euros e concentra 90% das suas vendas no exterior

O polígono porriñês de As Gándaras alberga o líder mundial na produção de carragenina. Trata-se da Compañía Española de Algas Marítimas (Ceamsa), que em 2026 completará seu 60º aniversário e que conseguiu se posicionar como um dos principais referências mundiais na fabricação deste hidrocoloide natural que é usado como gelificante, espessante e estabilizante para indústrias como a alimentícia, a farmacêutica ou o mundo cosmético.
A empresa que é liderada por Íñigo Alzueta (filho do fundador, Ignacio Alzueta) enfrenta esta data marcada no calendário com seu faturamento instalado às portas dos 200 milhões de euros. De acordo com o relatório de sustentabilidade do ano 2024, Ceamsa fechou o ano passado com vendas no valor de 184,5 milhões de euros.
O ‘mapamundi’ de Ceamsa
Trata-se de uma queda de 3% em relação aos 190,2 milhões de euros arrecadados em 2023 para uma empresa que coloca a maior parte de sua produção no exterior. E é que Ceamsa tem clientes em 88 países diferentes e registra 90% de suas vendas no estrangeiro. Quase a metade (45,7% do total) é obtida em solo europeu enquanto que America do Norte e America do Sul sustentam 34% de seu faturamento.
A região IMEA (Índia, Oriente Médio e África) gera outro 9,2% enquanto que a zona ASPAC (Ásia Oriental, Sudeste Asiático Pacífico Norte e Oceania) contribui com o 11,1% restante. É precisamente nesta região onde Ceamsa tem seu outro centro de produção além de O Porriño.
Em concreto, a companhia, que aumentou seu quadro de funcionários de 399 para 422 trabalhadores no ano passado, controla sua planta na Tailândia (inaugurada há 15 anos) através de sua filial Ceamsa Ásia. Por meio dela emprega a 93 pessoas, um número que se soma aos 327 que tinha em O Porriño no final de 2024 e aos dois que estão na folha de pagamento da Guangzhou Wings Ingredients.
Esta última foi inaugurada em 2022 e opera como filial comercial do grupo na China. Apenas um ano depois, Ceamsa faria o mesmo nos Estados Unidos, onde iniciou a sociedade Ceamsa USA, que, pelo contrário, ainda não conta com trabalhadores em folha.
As soluções de Ceamsa
Por meio desta rede de centros produtivos e de distribuição, Ceamsa conseguiu se consolidar como um provedor chave para indústrias como a alimentícia ou a farmacêutica. Entre sua gama de produtos está a fibra (Ceamfibre e Ceamsea) que obtém a partir da casca de cítricos e de alga. Sua principal aplicação é o uso como espessantes e para melhorar a textura dos produtos sobre os quais se aplica.
Ceamsa também elabora pectina (elaborada a partir da casca de cítricos), que se usa como gelificante e espessante em confeitaria, processamento de frutas, iogurtes e bebidas lácteas acidificadas. Ceamsa também produz goma de alfarroba, carragenina (gelificante que se emprega em lácteos ou como alternativa à gelatina em gomas) ou o alginato.
Ceamsa, que em 2024 dedicou um investimento superior a 5,2 milhões de euros em matéria de I+D+i, abriu este ano sua primeira filial na Índia e lançou sua própria incubadora de startups. Trata-se de Ceamboost, o programa desenhado pela companhia para impulsionar internacionalmente startups que desenvolvam novos ingredientes naturais. No foco desta iniciativa encontram-se aqueles projetos inovadores que giram em torno de novos espessantes e estabilizantes, assim como em direção a proteínas e fibras vegetais.