Duas construtoras galegas superam a Florentino, Acciona e Ferrovial na fábrica de chips da Sparc (Indra e Sepi Digital)

XAC e Abeconsa construirão a planta por algo mais de 8 milhões, após se imporem num processo de contratação que atraiu grandes grupos do setor e no qual a filial da ACS, Vías y Construcciones, e Civis Global incorreram em oferta temerária

A primeira planta de chips fotónicos de Espanha já tem construtores. O Consórcio Zona Franca adjudicou a XAC (Xestión Ambiental de Contratas) e Abeconsa a fábrica do Parque Tecnológico e Logístico de Valladares por 8,16 milhões (6.743.628,51 euros + IVA). As empresas galegas impuseram-se num concurso que atraiu grandes grupos do setor e ao qual se apresentaram 17 ofertas. A aliança entre a companhia de Miguel Caruncho, presidente dos construtores de Pontevedra, e a filial de Figrupo igualou a máxima pontuação técnica e apresentou a oferta mais económica válida, já que Civis Global e a UTE entre Ogmios e Vías y Construcciones — filial da ACS de Florentino Pérez— incorreram em baixa temerária.

Também ficaram sem prêmio Dragados, outra empresa do grupo de Florentino Pérez, Acciona, Ferrovial e as duas maiores construtoras galegas, San José e Copasa. A ourensana foi a que esteve mais perto do contrato, pois ficou com a terceira melhor avaliação por trás da UTE vencedora e de Ferrovial. XAC e Abeconsa têm 18 meses para realizar as obras, que devem começar este mesmo ano, pelo que a fábrica deveria estar pronta em 2027.

O delegado da Zona Franca de Vigo, David Regades, destacou que a fábrica inicia “uma nova etapa industrial em Vigo que suporá geração de riqueza e criação de emprego tecnológico, o de maior valor acrescentado”.

Sparc e o aval de Indra e Sepi

A empresa viguesa de fabricação de chips, Sparc, sofreu profundas mudanças no seu acionariado ao longo do ano, coincidindo com a implementação do projeto. Indra tornou-se o primeiro acionista ao adquirir uma participação de 37%. O Estado, através da chamada SEPI Digital, ficou com 31,8%. A companhia presidida por Ángel Escribano disse que com a operação “se põe à frente em Espanha do desenho e produção de chips, uma tecnologia cada vez mais solicitada e crítica para garantir a soberania tecnológica e a autonomia estratégica da Europa”.

Indra chegou a Sparc com um acordo industrial na mão, que lhe permitirá “garantir o fornecimento de chips de nitreto de gálio e posicionar-se neste mercado com capacidades próprias de desenho e fabricação”. “Esta tecnologia é crítica para o setor da defesa e para o setor aeroespacial, especialmente pelas suas aplicações em radiofrequência e, concretamente, no desenvolvimento de radares AESA de varredura eletrónica”, destacou na altura o grupo.

Os promotores de Sparc Foundry, constituída em 2022, são o doutor e investigador em fotónica integrada, Francisco Díaz; o catedrático Carlos Mosquera; os doutores em Óptica, Francisco Soares e José Pozo; e o especialista em planeamento financeiro, Eladio Crego.

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