Galaria, a empresa de serviços do Sergas, retorna a números vermelhos e duplica as perdas do ano da pandemia.

Galaria volta a números vermelhos. A empresa pública de serviços sanitários fechou o ano de 2024 com uma faturação de 539.000 euros, acima dos 416.257 do ano anterior, e um prejuízo que ascendeu a 307.952 euros frente ao lucro de 97.020 euros que alcançou em 2023.

Desde o ano do surto da pandemia, a empresa não havia mais fechado o exercício no negativo. Em 2020, os prejuízos foram de 130.154 euros, quase a metade do valor de 2024. Um ano depois, Galaria obteve um lucro de 318.209 euros que foi reduzido em mais de 60.000 euros em 2022, quando ao 31 de dezembro, os lucros ascenderam a 254.713 euros.

Os ativos de Galaria ascenderam aos 11,54 milhões, um número muito próximo dos 11,74 do ano anterior, enquanto que o patrimônio líquido passou de 5,54 milhões para 4,96 milhões. 

Aumento dos custos e maior atividade

Segundo explicam os gestores da companhia no relatório que acompanha as contas depositadas no Registro Mercantil e consultadas pela Economia Digital Galicia, “o ano de 2024 foi marcado por marcos significativos, como a implementação do Centro de Fabricação de Terapias Avançadas de Galícia e a nova unidade PET no Hospital N.S. de Cristal”. 

Nesse exercício também se registrou “um incremento na demanda assistencial em todas as unidades, o desenvolvimento de projetos de economia circular e a implementação do plano dotacional de Montecelo”. Tudo isso contribuiu para um “aumento dos custos” que, somado às “dificuldades de financiamento”, representaram “um desafio importante”.

Ademais, detalha-se no relatório que “a crescente demanda e a maior produção por parte do Centro de produção de radiofármacos PET, junto à necessidade de manter os níveis da lista de espera” provocaram, tal como em 2023, que se realizasse uma maior atividade “acima da estabelecida no contrato” assinado entre a Galaria e o Serviço Galego de Saúde (Sergas). 

“Isso gerou uma maior necessidade de recursos humanos e materiais que, somado aos maiores custos de provisões e serviços, provocam uma maior necessidade de financiamento por parte da sociedade. Neste sentido, a manutenção do mesmo orçamento que em 2023 (apenas aumentado pelo montante aprovado em conceito de aumento salarial para o pessoal) supôs a necessidade de financiamento adicional”.

Explicam os gestores que a segunda adenda ao contrato programa, que foi aprovada pelo Conselho no último 27 de dezembro, incluía uma verba de 3,65 milhões para essa atividade adicional e 50.000 euros para o projeto de economia circular. “Contudo, essa adenda não incorporou todo o financiamento solicitado, ficando de fora diferentes projetos encomendados a Galaria por um valor total de 553.806 euros”.

Em particular, se tratava de parte do financiamento dos custos associados à implementação do centro de fabricação de terapias avançadas e medicamentos CART-T, uma terapia com que se pretende que, mediante modificação genética, as próprias células dos pacientes sejam capazes de reconhecer características específicas das células cancerígenas para atacá-las; a colaboração para implementar os centros de prótons; e o projeto X-Dose, que permite medir a radiação dos pacientes submetidos a qualquer exploração diagnóstica que emita radiação.

Orçamentos 

A sociedade, que conta com uma equipe de 212 trabalhadores, foi constituída em meados de 1994 sob o nome de Instituto Galego de Medicina Técnica. Em dezembro de 2008, sua denominação foi modificada para Galaria, Empresa Pública de Serviços Sanitários. A empresa, que tem o Sergas como principal cliente, contava em 2024 com um orçamento de 17,49 milhões.

No mesmo Conselho em que se aprovou a adenda de 3,65 milhões para as contas de 2024, foi dado o sinal verde para a prorrogação do contrato programa para o exercício de 2025 com um orçamento de 18,96 milhões.