Ilunion fica com a residência doada por Amancio Ortega em A Corunha

A Xunta propõe conceder a residência de idosos doada pela Fundação Amancio Ortega à Ilunion, a empresa do Grupo Social ONCE. Essa entidade obteve a maior pontuação no concurso promovido pela Consellería de Política Social para privatizar a gestão do centro, que foi projetado pelo estúdio de arquitetura de Elsa Urquijo. A proposta da Ilunion alcançou 83,6 pontos após a avaliação técnica e econômica pela comissão de licitação, superando por uma pequena margem a proposta da aliança entre Aralia e Arum (80,26 pontos) e a de CK Senior e Eurest (79,26 pontos), liderada pelo grupo asturiano integrado na AVS Saúde e controlado pelas famílias Campos e Kocina.

A resolução emitida nesta quinta-feira aprova requerer a documentação prévia necessária à Ilunion como trâmite prévio à concessão do serviço. A oferta da empresa do grupo ONCE é de 72,78 euros por vaga, levemente mais elevada que a vencedora do concurso do centro de idosos de Pontevedra, também doado pelo fundador do Inditex, onde CK Senior e Eurest propuseram 72,54 euros por vaga. Houve ofertas mais econômicas em A Corunha, como as da Fundação Valdegodos, Fesán ou DomusVi, entre outras, mas a melhor pontuação técnica da Ilunion acabou sendo decisiva.

No processo de contratação participaram 14 empresas e duas fundações, que agora poderiam apresentar alegações contra as avaliações do comitê e a concessão à Ilunion. Entre os concorrentes estão Clece, a divisão de serviços do grupo ACS; Eulen, DomusVi ou Amavir, filial do grupo francês dono de Alcampo, Decathlon ou Leroy Merlin. A nova residência, que se juntará às de Santiago, Pontevedra e Lugo, contará com 150 vagas e a previsão é que entre em funcionamento antes que o ano termine. O investimento da Fundação Amancio Ortega foi de cerca de 36 milhões.

A doação de Amancio Ortega

Em 2019, a fundação do homem mais rico da Espanha assinou um acordo com a Xunta para construir sete centros de idosos na Galiza, um em cada cidade. Os novos equipamentos permitiriam adicionar 900 vagas à rede pública: 150 em Vigo e A Corunha, e 120 em Ourense, Lugo, Santiago, Pontevedra e Ferrol. A Fundação Amancio Ortega estimou que o investimento necessário seria de cerca de 180 milhões. A construtora de Inditex, Goa Invest, ficou encarregada das obras.

Nas primeiras residências entregues, o Governo galego condicionou o processo de privatização à participação exclusiva de fundações. Com essas condições, a Fundação Fesán ficou com os dois primeiros equipamentos, em Santiago e Lugo. Posteriormente, Política Social ampliou o filtro e permitiu também que empresas concorressem à gestão dos equipamentos, alterando o critério anunciado previamente. Por isso, a residência de Amancio Ortega em A Corunha recebeu 14 propostas, em comparação com as três que competiram em Santiago ou Lugo.