Mudança de líder no setor energético galego: Ecoener supera Norvento em receitas e lucros.

Sorpasso no topo do setor energético da Galiza. Norvento aprende a sofrer e dá passagem a Ecoener como o primeiro grupo de capital autóctone em receitas e lucros. Aconteceu no final de 2024, quando o grupo de Lugo, líder tradicional entre as empresas galegas, registou uma receita de 69,6 milhões de euros, muito abaixo do que tinha obtido um ano antes (91,3 milhões em 2023) e também abaixo do que apresentou a Ecoener no ano passado, que foi de 82 milhões. Longe de ambos, Greenalia, com 51,5 milhões em receitas ordinárias.

Tanto as receitas, com uma queda de 23,7% no último ano, quanto os lucros líquidos, que despencaram para 9,4 milhões em comparação aos 26 milhões obtidos um ano antes, mostram o quão complicado é gerir a incerteza, tanto jurídica quanto regulatória, para empresas como a Norvento, acostumadas a operar em parâmetros de crescimento constante. Neste contexto, por exemplo, empresas como Greenalia encerraram o último exercício com prejuízos de 8,4 milhões, frente aos lucros de 37,3 milhões do exercício anterior, e Ecoener manteve seus resultados estáveis, sem avanços.

Um ano complicado

O grupo controlado por Pablo e sua irmã Marta Fernández Castro limita-se a explicar em seu relatório anual, ao qual teve acesso Economía Digital Galicia, que “durante 2024 muitos recursos foram investidos no desenvolvimento de novos produtos, impactando na conta de perdas e ganhos consolidada do exercício”. A própria conta explica as quedas de receitas, especialmente acentuada no segmento de energia (56,6 milhões em 2024 contra 69,9 milhões em 2023), mas também em projetos e serviços, ao registrar vendas de 12,9 milhões, quando um ano antes tinham sido 21,2 milhões os ingressos por este conceito.

Estes resultados consolidados não comprometeram a solvência da companhia de Lugo, que aumentou à luz de sua conta. O grupo, em pleno processo de investimentos, dispõe de caixa e outros ativos líquidos equivalentes no valor de 89,4 milhões de euros (60,1 milhões no exercício anterior), bem como investimentos financeiros de curto prazo no valor de 38,4 milhões (26,8 em 2023). No entanto, as dívidas da Norvento com entidades financeiras em 31 de dezembro de 2024 ascendiam a 137,3 milhões de euros, frente aos 94,4 milhões de dívida bancária do exercício anterior.

Operações de dívida

Com o objetivo de “financiar a atividade do grupo”, dizem, em fevereiro de 2024 foi contratado um empréstimo cujo principal ascende a 40 milhões. O vencimento ocorrerá em 2030, tendo sido adiada a primeira amortização para o último mês de março. E, de acordo com o relatório da Norvento, em março de 2024, e também “com o objetivo de financiar a atividade do grupo”, foi contratado outro empréstimo cujo principal soma cerca de 10 milhões.

Todo soma, também o serviço da dívida. O gasto financeiro associado ao endividamento do grupo de Lugo durante 2024 ascendeu a 5,4 milhões, quando no ano anterior tinha sido contido em 3,8 milhões. A companhia explica que pagou 2,7 milhões de euros em conceito de Imposto sobre Sociedades e 4 milhões de euros por outros impostos diretos. Praticamente 100% desses impostos foram pagos em Espanha, diz. Em particular, cerca de 2 milhões de euros foram pagos a administrações públicas da Galiza.

Mil megawatts em carteira

No passado mês de março, a Norvento assinou o acordo de subvenção com a Agência Executiva Europeia do Clima, Infraestruturas e Meio Ambiente para o projeto de construção de uma fábrica autossuficiente e neutra em emissões por um montante total de 27,5 milhões de euros. Ao longo de sua trajetória, a Norvento desenvolveu uma proposta de valor integral que abrange toda a cadeia do setor renovável. E tudo, desde Lugo, onde tem sua sede e sua base de operações. Em geração centralizada conta com mais de 250 megawatts renováveis instalados e outros 1.000 em desenvolvimento.