Navantia, Urovesa, Gauzón Ibérica e Freire lideram na Galiza um negócio de 570 milhões em contratos com a Defesa

O estouro da guerra da Rússia contra a Ucrânia juntamente com a tensão geopolítica internacional, os compromissos com as novas políticas da União Europeia e os objetivos da OTAN provocaram um forte crescimento na indústria de Defesa. O Ministério de Margarita Robles adjudicou entre 2022 e 2024 contratos no valor de 10.667 milhões a centenas de empresas entre as quais se incluem sete que, ou bem são galegas, como Urovesa, Extraco, Construções Navais Paulino Freire e Gauzón Ibérica, ou bem têm uma especial relação com a comunidade, como Navantia ou Satlink.

O relatório Rearme 2022-2024, elaborado pelo Observatório de Segurança Nacional, recolhe a lista das 100 principais adjudicatárias dos investimentos de equipamento realizados pelos departamentos de Defesa. Em concreto, incluem-se os contratos assinados pela Direção Geral de Armamento e Material, os comandos de Apoio Logístico dos três exércitos, o Instituto Nacional de Tecnologia Aeroespacial e a Chefia de Sistemas de Informação, Telecomunicações e Assistência Técnica

O primeiro dos nomes vinculados à Galiza que aparece é o de Navantia. A empresa pública, que ocupa a posição número onze da lista, conseguiu nesses três anos contratos no valor de 222,41 milhões. Na quinta-feira passada foi celebrada no estaleiro de Ferrol a cerimônia de lançamento da fragata F-111 batizada como Bonifaz, a primeira da série F-110 desenhada para substituir as da classe Santa María (F-80) que deverá ser entregue à Armada até 2030.

A construção dessas fragatas está enquadrada dentro do contrato de 4.900 milhões que, segundo os cálculos da Defesa, suporá a criação de 1.300 empregos diretos e mais de 2.000 na indústria auxiliar.

Um posto mais abaixo que a empresa pública presidida por Ricardo Domínguez aparece Urovesa, companhia especializada na fabricação de veículos especiais, que acumulou um total de 207,55 milhões em três anos. A firma com base de operações em Santiago e fábrica em Valga (Ponte Vedra) fechou o 2024 com uma faturação de 122 milhões, quase 12% a mais que no ano anterior, e uns ganhos de 17 milhões frente aos 15 de 2023.

Como adiantou Economia Digital Galiza, os de Justo Sierra conseguiram mais de 100 milhões de euros em adjudicações públicas entre 2024 e 2025, de acordo aos dados recolhidos da Plataforma de Contratação do Setor Público, para o fornecimento de veículos URO para o Exército de Terra e veículos aerolanzáveis Ligtgun e Spike BN1, entre outros.

Mais nomes galegos

O ranking dos 100 maiores adjudicatários é encabeçado por Airbus, com 2.628 milhões, seguida de Expal (1.048), Escribano (726,31), Kongsberg (498,35) e Indra (444,66). No ‘top 20’ entra outra empresa galega. Trata-se de Extraco, construtora ourensã cujo UTE com a granadina Vivendio Sustentabilidade Energética conseguiu em dois anos contratos no valor de 75,77 milhões, isso sim, a repartir com seu sócio. Ambos ocupam o décimo nono lugar.

“Extraco atua como contratista principal e realiza todo tipo de obras ou serviços de seu âmbito, tanto no setor público como no privado”, explicam desde a companhia. Entre seus trabalhos figura sua participação em obras como “linhas de alta velocidade ferroviária, autopistas e outros equipamentos de notável envergadura”. A firma foi uma das que se postulou, junto com Prezero Espanha, para construir a planta de reciclagem têxtil de Sogama, finalmente adjudicada à UTE Espina Obras Hidráulicas-Setec Building por 22,48 milhões

Mais próxima ao equador da lista, no posto número 47, aparece Gauzón Ibérica. A empresa ferrolana, especializada em serviços para ajudar à operatividade de embarcações, somou um total de 23,42 milhões em contratos com o Ministério da Defesa.

Também aparece na lista, na posição 60, Construções Navales Paulino Freire (Freire Shipyard), com 17,81 milhões. O estaleiro viguês fechou o último dezembro um contrato para a construção de um novo navio de apoio a mergulhadores por um montante de quase 18 milhões que deverá ser entregue no segundo trimestre de 2026. O barco, que permitirá alojar uma dot…