O empresário valenciano que já considera Carlos Torres como terminado no BBVA: “Goiri faria bem”

O fracasso da OPA do BBVA sobre o Banco Sabadell domina a atualidade empresarial. Após meses de ofensiva, o banco presidido por Carlos Torres não conseguiu assumir o controle da entidade financeira de origem catalã ao conseguir apenas o apoio de 25,47% do capital social, o que implica que não alcançou o limiar de aceitação de 50%, nem tampouco o de 30% para lançar uma segunda OPA.

Ante este cenário, não são poucas as vozes que especularam sobre a renúncia do presidente do BBVA, Carlos Torres. Na verdade, um empresário valenciano já deu por encerrado o mandato do presidente do banco bilbaíno, embora o executivo tenha descartado renunciar e defendido que seu trabalho se julga pelo serviço aos clientes e acionistas.

Goirigolzarri, uma “excelente opção”

“Após o estrepitoso fracasso da OPA sobre o Sabadell, e do montante desorbitado investido numa operação que terminou em fiasco, é difícil imaginar que nos próximos meses não haja movimentos na cúpula do BBVA”, previu o presidente do grupo Palma, Manuel Palma.

Aos seus olhos, a imagem do BBVA ficou “seriamente danificada”, depois de que a tentativa de absorção fosse apresentada como uma “jogada mestre”, mas acabasse convertida num exemplo de como não estabelecer uma estratégia corporativa num setor onde “a reputação e a prudência são pilares essenciais”.

“A banca espanhola, historicamente conservadora, observou com assombro como o BBVA dilapidou parte de seu prestígio e gerou tensões internas e externas”, destacou, acrescentando: “Os mercados punem o erro, os reguladores observam com lupa e os acionistas não perdoam”.

Com este cenário, enfatizou que uma renovação na presidência seria “compreensível” e aproveitou para focar em José Ignacio Goirigolzarri entre os “nomes que despertam consenso e respeito” para ocupar o cargo. “É um banqueiro excepcional, homem de prestígio, com uma trajetória impecável e, sobretudo, com experiência comprovada em recuperar entidades em crise”, enfatizou.

Depois de lembrar que “conhece a casa pois vem do próprio BBVA”, insistiu que, se ocorrer a mudança na presidência do BBVA, o ex-presidente do Caixabank poderia representar uma “excelente opção”. “O banco precisa de serenidade, liderança e visão, e ele, mais do que ninguém, reúne essas qualidades”, insistiu.

Fracasso da OPA do BBVA

A OPA lançada pelo BBVA foi frustrada depois de ter sido aceita apenas por 1,27 milhões de ações, o que representa pouco mais de 25% das ações às quais estava dirigida a oferta e um 25,47% dos direitos de voto do Sabadell, calculado este último percentual excluindo a autocarteira do Banco de Sabadell.

Por sua parte, Torres considerou que a OPA “teria sido uma operação fantástica” e defendeu que seria boa “para a Espanha e para a Europa”. Também descartou futuras compras após o fiasco do Sabadell e antecipou que o banco se apoiará em um “crescimento orgânico”.

Agora, o banco catalão abre um novo capítulo de sua história. Como se desprende do plano estratégico para os próximos três anos, prevê elevar sua rentabilidade a 16% e remunerar seus acionistas com 6.450 milhões de euros, o que equivale a 40% do valor atual da entidade.

“Nossos clientes querem o banco como entidade independente, e nós vamos demonstrar-lhes que vale a pena que o Banco Sabadell continue existindo”, enfatizou o conselheiro delegado do Banco Sabadell, César González-Bueno, quem também reiterou que o objetivo da entidade financeira é se tornar o melhor banco do país.

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