O Governo responde ‘in extremis’ a Bruxelas, mas não esclarece os seus passos perante o ultimato pela AP-9
O Executivo central mexeu-se nos últimos momentos perante o ultimato da Comissão Europeia, mas continua sem clarificar a incógnita sobre a gratuidade ou o resgate da AP-9

O Governo chega in extremis ao seu encontro com Bruxelas sobre a prorrogação da AP-9. O Executivo central confirmou esta quarta-feira que respondeu em cima da hora à Comissão Europeia, que considera que foram violadas as regras da União Europeia em matéria de contratação pública.
O Executivo central agiu após a Comissão Europeia exigir que corrigisse as irregularidades pelas quais foram prorrogadas as concessões dos pedágios nas autoestradas AP-66 e AP-9, que segundo Bruxelas, infringem as regras da União Europeia em matéria de contratação e concessão de autoestradas. Um assunto que, se não resolvido dentro de dois meses (que expira esta quarta-feira), poderia ser levado ao TJUE.
O Executivo central enviou esta manhã uma resposta “ampla” à última decisão de Bruxelas, “na qual Espanha fornece os esclarecimentos precisos e a informação justificada a ser considerada para que se possa fazer uma avaliação sempre na defesa dos interesses gerais da Espanha”. No entanto, o Executivo optou por não se pronunciar nem por resgatar nem por abordar um novo plano de bonificações para torná-la gratuita.
O Governo critica Aznar
“Esta fase ainda não representa o fim do procedimento. Analisaremos os próximos passos da Comissão Europeia com este recurso para, chegada a ocasião, esgotar as possíveis respostas”, acrescentam do Ministério em declarações sucintas enviadas aos meios de comunicação, onde não se registra a resposta enviada a Bruxelas.
Além disso, o Governo aproveitou para voltar a criticar o PP, insistindo que a prorrogação da concessão da autoestrada até 20248 foi aprovada no ano 2000 pelo Governo de José María Aznar. “Cabe ao PP explicar os motivos pelos quais tomou uma decisão que este Governo não teria adotado e que claramente é prejudicial para os direitos dos cidadãos”, apontam.
“Embora as políticas de mobilidade e reequilíbrio territorial que atualmente defende este Governo vão na direção contrária, desde o Ministério tem-se colaborado e respondido a todas as solicitações realizadas pela Comissão Europeia por responsabilidade e para proteger o interesse comum, como também fizemos nesta ocasião”, destacaram do Executivo, realçando as bonificações de pedágios implementadas.