Reconstrução de moradias, cercas para o gado… Os pedidos mais urgentes dos afetados pelos incêndios.

Esta semana realizar-se-á o Conselho extraordinário da Junta para gerir as ajudas e acontecerá o Conselho de Ministros onde serão declaradas zonas catastróficas as áreas afetadas pelo fogo.

Reconstrução de habitações, o fornecimento de água engarrafada ou fechamentos para o gado. São alguns dos pedidos mais solicitados pelos vizinhos afetados que devastaram na comunidade quase 90.000 hectares. Esta semana será celebrado o Conselho extraordinário da Xunta para gerir as ajudas aos galegos que estão sofrendo em primeira pessoa as consequências dos incêndios.

Será também uma semana chave para os municípios atingidos pelos incêndios, pois nesta terça-feira ocorrerá o Conselho de Ministros onde serão declaradas zonas catastróficas as áreas afetadas pelo fogo.

Em Monterrei, munícipio ourensano, seu prefeito, José Luis Suárez (PP), expressou que a prioridade “sem dúvida” são as cinco habitações que queimaram, tanto em A Caridade quanto em Villaza. Três delas são de uso habitual e as duas restantes de ocupação ocasional. Além disso, apontou também os veículos queimados e os castanheiros centenários queimados.

A prefeita de Larouco, Patricia Lamela (PP), concorda que se precisa de ajuda para a habitação, e é que três casas foram queimadas na aldeia de Seadur. Além disso, apontou para outros setores afetados como o da viticultura ou da produção de azeite.

Mudando de localidade, em Vilamartín de Valdeorras, o prefeito, Enrique Barreiro (PSdeG), manifestou à Europa Press que após suas visitas diárias aos povoados de San Vicente de Leira e Cernego, os mais afetados pelo fogo, o “maior desastre” recai sobre o setor vitivinícola e o setor dos castanheiros.

“Muita gente ainda dependia dos castanheiros como sua economia de subsistência e tudo ficou praticamente devastado; além disso, soma-se que eles têm as vindimas em cima e estão preocupados com isso”, explica.

Agora, diz, a prefeitura está focada em “ver como resolver as questões de primeira necessidade”; entre elas, a coleta e limpeza de escombros nas aldeias mais afetadas com o apoio dos militares.

A comarca ourensana de Viana planeja convocar uma reunião entre os prefeitos dos diferentes municípios para adotar novas medidas que permitam “prevenir essas catástrofes no futuro”. “Se queremos salvar o pouco que nos resta do rural temos que agir”, transmitiu o prefeito de A Gudiña, Néstor Ogando (PSdeG) em declarações à Europa Press.

Ogando indicou que, desde a Conselharia do Meio Rural, chegaram “quatro caminhões de forragem” que “estão sendo distribuídos entre os fazendeiros” para suprir as necessidades de pasto após terem “devastado” tanto a forragem como os pastos.

Danos no setor apícola

Por sua parte, o setor apícola também acumula “tremendos danos”, com “baixas de colmeias” em todos os apiários que, em muitos casos, “queimaram completamente”. “As poucas colmeias que não queimaram, ficaram danificadas pela fumaça”, acrescenta Ogando.

Mel Aialma denunciou a perda de 150 colmeias em Souteliño, Laza. “A que não estiver afetada agora estará em 15 dias, porque num raio de cinco a sete quilômetros não resta nada”, enfatizam.

Um dos trabalhadores explica que a intenção é transferir as colmeias para áreas não afetadas pelos incêndios para tentar salvar o maior número possível de cara ao próximo ano. Ao mesmo tempo, lança uma mensagem à Administração autônoma: “Que faça seu trabalho, limpem montes, regenerem e deixem viver no rural. Não são só colmeias, queimou toda a natureza”.

Perante isso, a Conselharia do Meio Rural já anunciou que facilitará aos apicultores afetados pelos incêndios florestais o acesso gratuito a parcelas do Banco de Terras para que possam instalar nelas suas colmeias e manter assim sua produção.

Problemas com a água

Na Prefeitura de A Rúa, a preocupação gira em torno da água potável. Lá distribuem água engarrafada — doada pela UME, Cruz Vermelha e outros grupos empresariais — para que todos os vizinhos tenham acesso a ela. Além disso, conforme transmitido pela prefeita María González (BNG), centralizou a entrega na antiga estação de trem.

Também, o Consórcio de Águas de Valdeorras colocou uma fonte no Polígono Industrial A Raña e outra em Viloira, ao lado de O Barco de Valdeorras, para que os vizinhos possam ir encher suas garrafas com água potável com todas as garantias e assim enfrentar as restrições de água.

Devido a que “muito material dos incêndios” se depositou nas zonas de captação de água, “é necessário fazer análises uma vez que o fumo acabe para saber se pode ser consumida”, explicou a prefeita. “É necessário ter calma, foi uma catástrofe importantíssima e tem suas consequências”, sublinha.

Por sua parte, o prefeito de O Barco de Valdeorras, Aurentino Alonso (PSdeG), ampliou que na zona queimaram linhas de fibra elétrica e tubulações de fornecimento, que deverão ser consertadas.

Em Verín, seu prefeito, Gerardo Seoane (PSdeG), concordou com o problema com a água. “Se começar a chover, a captação de água é feita a partir do rio Támega que recolherá os arrastos dos incêndios e a qualidade da mesma impedirá sua depuração normal”, explicou.

Portanto, estão colocando em funcionamento as captações subterrâneas existentes e planejando alguma nova caso não sejam suficientes, avançou. “Uma das coisas que vamos pedir já agora é à Confederação Hidrográfica através do Governo para limpar os leitos dos rios de forma imediata e ao presidente que nos ajude no que é a captação imediata do que seria a água”, enfatiza Seoane.

Em seguida, apontou para a mobilidade, porque em sua opinião “não é concebível que uma via de grande capacidade como é a autoestrada não esteja preparada para um incêndio que ocorre todo ano”, pelo que pede que as estradas tenham um plano à parte.

“Também não é concebível, do meu ponto de vista, talvez tecnicamente sim, que se houver um problema em Cualedro, Verín fique sem luz. Temos que ter outra alternativa. As redes elétricas têm que pensar essa questão”, concluiu.

Inquietação dos fazendeiros

Em A Pobra de Trives, a Associação de Fazendeiros do Maciço Central (Agromacen) manifestou que a inquietação dos fazendeiros é “não ter onde alimentar seu gado durante o período de burocracia em que são aprovadas as ajudas”.

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