Amancio Ortega revalidará o trono do dividendo, embora o de Inditex crescerá a menor ritmo, segundo os analistas
O fundador e primeiro acionista da têxtil terminará 2025 tendo recebido 3.104 milhões em conceito de retribuição ao acionista. Para o próximo ano, as casas de análise acreditam que os pagamentos a sócios aumentarão 4%, em comparação com os 9% atuais
 
				Novembro, mês de pagamento para os acionistas de Inditex. Os sócios no capital da têxtil dividirão um total de 2.617 milhões de euros em conceito de dividendos no próximo dia 3. Idêntica quantidade à que já foi distribuída pela cotada no passado mês de maio. Com sua participação de quase 60% no capital da têxtil, seu fundador, Amancio Ortega, acabará o ano tendo recebido por este conceito 3.104 milhões, o que o torna o rei do dividendo no empresariado espanhol. No próximo ano, sem dúvida, revalidará o título, embora, segundo os analistas, a matriz da Zara voltará a reduzir o ritmo de crescimento de seus dividendos, seguindo o de seus lucros.
Os grandes analistas destacam a Inditex como cotada, entre outras questões, pelos retornos que garante anualmente ao acionista. A companhia de Marta Ortega e Óscar García Maceiras tem uma política de dividendos pela qual os mesmos se compõem de um payout ordinário de 60% do lucro, além da distribuição adicional de pagamentos extraordinários.
Pagamentos em 2025
O último exercício de 2024-2025, finalizado no mês de fevereiro, Inditex registou um lucro de 5.866 milhões de euros. Novamente, um ganho recorde, embora o crescimento tenha sido muito mais desacelerado. De um 9%, frente aos incrementos espetaculares pós-pandemia, de um 27 e de um 30% em 2022 e 2023.
O conselho de administração da companhia propôs à junta geral de acionistas um dividendo em consequência: 1,68 euros por ação, um aumento de 9% frente ao incremento de 28% do exercício anterior, quando o título foi retribuído com um pagamento de 1,54 euros.
O pagamento ao acionista para este ano compôs-se de um dividendo ordinário de 1,13 euros e um dividendo extraordinário de 0,55 euros por ação. Como sempre, o mesmo é distribuído em duas entregas: uma a 2 de maio, de 0,84 euros por ação. Outra, pela mesma quantia, a 3 de novembro.
Incremento do dividendo em 2026
No próximo ano, 2026, a maioria das casas de análise sustenta que o dividendo da Inditex voltará a crescer, mas o fará, como seus resultados, a um ritmo mais baixo, aumentando numa faixa entre 3,5 e 4%. Segundo indica marketscreener, o consenso de mercado fixa o dividendo a distribuir no próximo ano em cerca de 1,739 euros por ação, quase 3,5% a mais.
A números semelhantes também apontam, por exemplo, JP Morgan. A financeira norte-americana indica em seu último relatório sobre a cotada, emitido em setembro passado, que sua previsão é que a cotada acorde a distribuição de um dividendo em 2026 de 5.437 euros, um 3,9% sobre o deste ano. Com esta cifra, Ortega Gaona, com base em seu pacote acionário de mais de 59% da Inditex, embolsaria cerca de 3.210 milhões de euros.
Previsões do mercado
O aumento do dividendo da Inditex estaria em linha com as previsões de crescimento que consideram as casas de análise. O consenso de mercado mantém, nesta altura do exercício, que a têxtil fechará o exercício de 2025, no início do próximo ano, com um faturamento consolidado que rondará os 39.800 milhões de euros, algo mais de 3% a mais, e com um lucro cuja evolução poderia estar na mesma faixa e que, pela primeira vez, superará os 6.000 milhões de euros.
Na última década, atendendo aos pagamentos distribuídos pela Inditex e sua participação, o veterano empresário ingressou da têxtil 18.160 milhões de euros. Seus pagamentos sempre foram em aumento desde que se tornou uma cotada, em 2001, com exceção durante a pandemia. Os pagamentos com encargos do exercício 2020 que recebeu Ortega Gaona caíram de 1.626 para 646 milhões de euros.
Em todo caso, com maior ou menor crescimento da remuneração da Inditex, Amancio Ortega seguirá sendo o rei do dividendo, também em 2026.
 
						 
						 
						