Florentino Pérez perde na Audiência Nacional e fica sem custos adicionais numa obra de 100 milhões do AVE para a Galiza

Uma das filiais de cabeceira da ACS na competição pelos contratos de obra pública espanhola, Vías y Construcciones, tropeçou duas vezes na mesma pedra ao reclamar os sobrecustos de uma obra de 104 milhões de euros do AVE para Galiza. Trata-se da plataforma do trecho Prado – Porto, na província de Ourense, do corredor Norte-Noroeste de alta velocidade, que incluía a execução do túnel de Prado com mais de sete quilômetros, do túnel de Carga de Veia e do viaduto de Portela. A atuação liderada pela empresa do grupo de Florentino Pérez, aliada com a valenciana Torrescámara e a andaluza Vimac, enfrentou múltiplas dificuldades geológicas, alterou as técnicas construtivas previstas e encadeou prorrogações de prazo face à instabilidade do maciço cada vez que era perturbado.

O prazo previsto para a execução era de 34 meses e deveria terminar em maio de 2015. No entanto, os trabalhos prolongaram-se por quase 79 meses e terminaram em janeiro de 2019. Durante o desenvolvimento do contrato, foram aprovadas cinco prorrogações de prazo, o projeto foi modificado e ocorreram duas suspensões temporais, uma parcial e outra total. Quanto mais tempo movendo terra, mais gasto. E como aconteceu em muitas obras da rede ferroviária, Vías, Torrescámara e Vimac reclamaram os sobrecustos a Adif, que até ao final de 2024 tinha provisionado 655 milhões de euros por processos judiciais similares instados por contratistas. No que diz respeito à plataforma ourensana, tudo indica que poderá liberar parte desse montante, já que a Audiência Nacional rejeitou duas vezes, em 2020 e agora em 2025, os pedidos da empresa de Florentino Pérez e seus aliados.