Novo desafio do dono de Sargadelos: volta a parar a planta de Cervo após uma inspeção de Trabalho

Segismundo García ordenou que se pare a produção na fábrica de cerâmica de A Mariña Lucense após receber uma inspeção "rotineira" nas suas instalações

Um grupo de mais de 30 trabalhadores continua às portas da fábrica Sargadelos, sem acessar seus postos de trabalho, a 8 de abril de 2025, em Cervo, Lugo, Galiza (Espanha). Apesar do acordo alcançado na última hora de ontem segunda-feira entre a fábrica de cerâmica Sargadelos e a Xunta da Galiza para o reinício da atividade na planta, os trabalhadores continuam nas portas de Sargadelos à espera de receber informação Carlos Castro / Europa Press 08 ABRIL 2025;CERÂMICA;FÁBRICA;ACORDO 08/4/2025

Novo cisma em Sargadelos. O proprietário da emblemática empresa, Segismundo García, ordenou novamente a parada da produção na fábrica de cerâmica de Cervo após uma nova inspeção do Trabalho às instalações.

De acordo com a agência Europa Press, as instalações receberam nesta quinta-feira a visita de três pessoas por parte da inspeção, que era “rotineira” e “foi o que ficou acordado” em relação ao processo aberto no início do ano, segundo indicou a prefeita do município de Lugo, Dolores García. A prefeita estava lá na manhã desta quinta-feira por outros assuntos, e encontrou-se com os inspetores, que lhe informaram que a visita ocorreu “seis meses depois” do confronto liderado por Segismundo García no início do ano.

A prefeita também pôde conversar com uma trabalhadora e com o proprietário da fábrica, que, segundo ela, comunicou-lhe “que fecharia a fábrica, a produção, e a pararia, para preservar a saúde dos trabalhadores”.

Nova tormenta em Sargadelos

Segismundo García mandou a parte da equipe responsável pela produção abandonar a fábrica, e ficaram dentro, como meses atrás, os trabalhadores de escritório e manutenção. Às portas da fábrica, a sensação é de déjà vu e “de que isto é uma tomada de pelo”, segundo destaca em declarações à Europa Press o porta-voz da CIG, Xorxe Caldeiro, que lembra o ocorrido no início do ano.

Naquela época, o confronto que manteve o proprietário de Sargadelos com a Inspeção resultou em três demissões e dois prazos: um até depois do verão para melhorar a segurança e outro de um pouco mais de tempo para obras que afetassem o edifício, classificado como bem de interesse cultural (BIC).

Naquela ocasião, o Trabalho havia aberto um processo contra Sargadelos após detectar que duas trabalhadoras desenvolveram silicose nesta emblemática fábrica de cerâmica de A Mariña de Lugo. A empresa estava obrigada a fazer 36 reformas para poder tornar seguros os postos de trabalho. Agora, os empregados de produção voltam a se mostrar “incrédulos, expectantes, irritados e desesperados”, nas palavras do representante da CIG, que nesta quinta-feira deslocou-se até a fábrica para se informar sobre a situação e os afetados. Segundo ele, Segismundo García abandonou o local após a ordem de fechamento e “não há explicações”.

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