O aviso do ‘chefe’ de Alcoa: as tarifas de Trump deixar-lhe-ão uma fatura de quase 730 milhões
Bill Oplinger, CEO da Alcoa, alertou sobre o impacto negativo da guerra comercial no tecido empresarial dos Estados Unidos, onde opera duas das quatro plantas de alumínio primário com que conta o país

O presidente e CEO da Alcoa posicionou-se contra os tarifas de Donald Trump. Bill Oplinger concedeu na semana passada uma entrevista ao meio especializado Bloomberg e expressou suas dúvidas sobre a eficácia dessa medida como fórmula para revitalizar a indústria estadunidense.
Na sua opinião, os tarifas de 50% para o alumínio que entraram em vigor no último mês de junho (no caso de Rússia chegam a subir até 200% em alguns casos) estão impactando negativamente sobre os consumidores estadunidenses, que agora se veem obrigados a pagar um maior montante por esses mesmos produtos.
“É difícil imaginar uma situação em que o alumínio seja sistematicamente 50% mais caro nos Estados Unidos sem algum tipo de destruição da demanda“, afirmou o executivo.
Oplinger foi mais além e cifrou em 850 milhões de dólares (cerca de 726 milhões de euros na cotação atual) o impacto que sofreu Alcoa em suas contas como consequência desses impostos às importações de fora dos Estados Unidos.
A pegada da Alcoa nos EUA
Conforme revelado ao longo da entrevista, os compradores aproveitaram para enviar alumínio aos Estados Unidos antes de Trump aumentar os tarifas. No entanto, esses estoques já se esgotaram e estão forçando a importação deste metal do Canadá ainda apesar dos impostos fixados pela sua compra.
O alumínio é usado de maneira intensiva nos Estados Unidos por indústrias que vão desde o mundo automobilístico até a promoção imobiliária. No entanto, o país depende do exterior para cobrir sua própria demanda interna. Das dez fábricas de alumínio primário com as quais contava em 2014, em apenas uma década os Estados Unidos viram como quatro fecharam definitivamente e outras duas (a de Hawesville, propriedade da Century Aluminum, e a de Noranda, Magnitude 7 Metals) paralisaram sua atividade de maneira temporária.
Agora são apenas quatro as plantas desse tipo que permanecem ativas no país norte-americano. Dessas, duas (Warrick e Massena West) são propriedade da Alcoa, enquanto as restantes (Mt Holly e Sebree) estão em mãos de sua concorrente Century Aluminum. Alcoa tem capacidade para processar 345.000 toneladas métricas de alumínio primário (a metade das cerca de 670.000 produzidas em todo Estados Unidos ao longo de 2024).
A fábrica de Massena West opera a pleno rendimento, enquanto a de Warrick o faz a 74,9% de sua capacidade. A multinacional com sede em Pittsburgh concentra em seu país de origem apenas 13% de sua produção potencial de todo o mundo. Esta ascende a 2,65 milhões de toneladas, das quais 228.000 estão concentradas em sua planta de alumínio de San Cibrao, que permaneceu sem atividade entre os anos 2022 e 2023 e que agora enfrenta um novo cenário com Ignis como sócia.
O ‘mapamundi’ da Alcoa
Outras 267.000 toneladas correspondem à fábrica brasileira de São Luís (Alumar), enquanto na Austrália essa quantidade reduz-se até as 197.000 toneladas (opera uma fábrica em Portland). Canadá ocupa um papel chave para
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