O CTAG pacta com os sindicatos um ERTE e a demissão de 96 trabalhadores em O Porriño
O acordo foi rubricado entre o CTAG e a Comissões Obreras e o grupo de pessoas independentes, enquanto que a CIG recusou-se e denunciou "despedimentos forçosos"
Instalações do Centro Tecnológico de Automóvel de Galiza (CTAG) – CTAG – Arquivo
As conversas entre o Centro Tecnológico da Automoción de Galiza (CTAG) e os sindicatos para o ajuste de pessoal chegam ao fim. Ambas as partes assinaram esta sexta-feira um acordo para realizar um expediente de regulação de emprego (ERE), que implicará o despedimento de 96 trabalhadores, bem como um ERTE de 80 dias no seu centro de O Porriño (Pontevedra).
Através de um comunicado, o CTAG assegura que foi acordado que o ERTE inclua uma suspensão máxima de 80 dias, enquanto o ERE afetará 96 empregados, “números inferiores aos previstos no início do processo”. “Ademais, foram incorporadas medidas sociais orientadas a reduzir o impacto, como a dupla voluntariedade e complementos económicos associados aos expedientes, entre outros”, adiciona CTAG.
“Com este acordo, o centro dá um passo importante para enfrentar o contexto atual com maiores garantias. CTAG continua sendo um projeto estratégico, sólido, e com futuro. Segue impulsionando projetos de I+D de alto nível, fortalecendo as capacidades internas e promovendo a colaboração entre os times. A prioridade é, além disso, reforçar a competitividade, acelerar os projetos em curso e garantir que o centro continue crescendo e gerando alto valor acrescentado para todo o setor galego e para Galiza em geral”, insiste o Centro.
A CIG denuncia “despedimentos forçosos”
De acordo com a agência Europa Press, este acordo só foi assinado por Comisiones Obreras e um grupo de pessoas independentes, enquanto a CIG, que preside o comitê, não o assinou.
Nesse sentido, o sindicato nacionalista explicou num comunicado que se recusou a assinar este acordo por contemplar “despedimentos forçosos” no caso de não se alcançar o número de adesões voluntárias, de modo que a decisão de rescindir 96 contratos “ficará nas mãos da empresa” se essas saídas voluntárias não forem alcançadas.
Igualmente, a CIG denunciou que o ERTE “carece totalmente de garantias” porque as decisões ficam ao arbítrio da direção, que reserva a capacidade de decidir “de forma unilateral” a afetação individual das 80 jornadas de suspensão. Também criticou que “não há uma distribuição equitativa” entre todo o pessoal, e que o acordo inclui uma possibilidade de prorrogação para 2027.
“A direção também não quis estabelecer nenhum compromisso de manutenção do emprego em nenhum dos expedientes apresentados”, apontou a central, que também mostrou seu desacordo porque os critérios para selecionar os trabalhadores regulados “não são nem objetivos nem verificáveis”.
Finalmente, a CIG considera “especialmente grave” que durante a negociação a direção do CTAG “se negou a exercer a mínima autocritica” e não reconheceu erros no planejamento, falhas de organização nem responsabilidades.