O fundador de Aldealista: “Nascemos como um Tinder de aldeias”

O fundador e CEO da startup galega, Juan Carlos Pérez, recomenda aos empreendedores que tenham "resiliência", porque vão receber "mais nãos do que sims", e que contem com um plano de negócios antes de procurar investidores

Mais de trinta palestrantes e cerca de 400 profissionais assistiram nesta terça-feira ao I Grande Fórum de Inovação e Empreendedorismo organizado pela APD em Santiago, um ambiente ruidoso e de troca de ideias que, à sua maneira, reproduzia no amplo espaço do Palácio de Congressos e Exposições o perseguido ecossistema inovador que é chave para a competitividade de uma economia. A proposta da APD foi estruturada em sete mesas de diálogo e uma conferência final de Bisila Bokoko, diretora executiva da BBES, que através de suas vivências pessoais motivou os presentes a enfrentar os desafios com propósito e visão global.

O percurso das intervenções permitiu conhecer desde as alternativas de financiamento até a necessidade das grandes empresas em contar com o apoio de startups altamente especializadas, ou o efeito positivo de uma inovação aberta que germina em colaborações produtivas entre companhias, algo que agora parece natural quando há alguns anos parecia improvável.

Inovação de impacto e coesão territorial

Na jornada também se analisou o impacto da inovação no território e sua contribuição para combater o despovoamento. Foi numa conversa conduzida por Alfredo Ramos, conselheiro da APD Noroeste e diretor em Galiza da R e MasOrange, com Alba Budiño, cofundadora da Zebra Brain, e Juan Carlos Pérez, fundador da Aldealista. Zebra Brain representa uma inovação de impacto, pois utiliza a inteligência artificial para a transformação organizativa das empresas. Criada por duas exdiretoras da Reganosa –a Budiño, antigamente encarregada da Gestão de Talento, se soma a Rocío Vega, em seu tempo responsável pela Digitalização e Eficiência Energética da regasificadora–, a empresa pretende oferecer soluções estratégicas que facilitem escalar o negócio e, em consequência, impulsionar o crescimento e a fortaleza das empresas.

Aldealista, por sua parte, vinha de ganhar a Impact Social Cup, um relevante reconhecimento sobre o impacto positivo na Espanha, e representou a contribuição da inovação à coesão territorial. “Nascemos como um Tinder de povoados“, resumiu seu fundador e CEO Juan Carlos Pérez, um empreendedor que nasceu na emigração, na Suíça, que trabalhou na Noruega e que estende suas raízes familiares por Barcelona ou Panamá. Sua história vital tem muito a ver com sua empresa, pois foi sua avó, antes de falecer, quem lhe pediu que, já que desenvolvia projetos pelo mundo, fizesse também algo pela aldeia onde a família tem suas raízes. Assim nasceu Aldealista em San Xoán de Río.

Ser resiliente, ter um propósito e fazer um plano de negócios

“Empreender não é fácil, neste país também não”, afirmou Juan Carlos Pérez, que recomendou a quem empreenda essa aventura “ter propósito” e “ser muito resiliente”, porque se vai encontrar muitos obstáculos e “mais nãos do que simes”. Desejou para os empreendedores que “não tenham medo ao fracasso nem os apontemos por não ter sucesso”; e lhes recomendou contar com “um plano de negócios” antes de buscar investidores.

Sua empresa, o Tinder de povoados, funciona como um catálogo de imagens de aldeias, que se soma a informações úteis sobre serviços ou locais de interesse, com o qual Aldealista pretende “tornar visível o invisível”, nas palavras do fundador. Também busca colocar em contato esse espaço rural, geralmente despercebido, com o mundo urbano, para ver se fazem match.

Para o desenvolvimento da startup, com presença em 50 países, o fundador revelou que contou com o apoio de empresas como Hijos de Rivera, Abanca e Lence. Também destacou a importância de colaborar com escritórios de arquitetura ou com o Observatório de Arquitetura Saudável para recuperar os espaços do abandono. “É necessário dar uma volta pelo interior de Lugo e Ourense para ver o patrimônio a conservar“, apontou Juan Carlos Pérez.

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