O Governo alimenta Navantia com outro contrato de 700 milhões

Os estaleiros públicos construirão em Cádiz dois navios de ação marítima (BAM) para a Marinha, que gerarão cerca de 2.000 empregos até 2030

Os dois grandes fornecedores do Ministério da Defesa nos últimos anos têm sido Airbus, uma empresa participada pela SEPI, e Navantia, uma empresa propriedade do grupo público que preside Belén Gualda e que durante meio ano foi presidenta dos estaleiros públicos. Segundo o relatório A indústria de defesa na Espanha, editado pelo departamento que dirige Margarita Robles, Navantia ultrapassou os 1.000 milhões de faturamento pelo desenvolvimento de contratos com o Ministério (612 milhões em 2023 e 484 milhões em 2022). Entre essas encomendas está o programa de fragatas que se tornou o eixo estratégico para a transformação dos estaleiros de Ferrol.

Num contexto de aumento dos orçamentos destinados à defesa nos Executivos europeus, o grupo naval que preside Ricardo Domínguez continua a captar contratos, que reforçam o seu papel como grande fornecedor do Governo. Nesta terça-feira, o próprio Domínguez assinou com a secretária de Estado da Defesa, Amparo Valcarce, o acordo para a construção de dois novos navios de ação marítima (BAM) para a Marinha por 716 milhões de euros.

Meteoro, Raio e Tornado

Os BAM serão destinados a tarefas de vigilância, segurança e aumento da presença marítima, e juntar-se-ão aos seis já operativos na frota espanhola com nomes que oscilam entre o meteorológico e o emocional: Meteoro, Raio, Relâmpago, Tornado, Audaz e Fúria. Em relação aos seus predecessores, os novos navios incorporam melhorias como o sistema de combate Scomba de nova geração, com capacidades de integração tática de veículos não tripulados (drones).

Também contarão com um Sistema Integral de Controle de Plataforma (SICP) modernizado, sistemas avançados de cibersegurança, comunicações e navegação, bem como melhorias em espaços médicos e de alojamento, conforme informado pelo Ministério da Defesa em um comunicado. Os BAM 7 e 8 serão navios com uma eslora e manga de 90 e 14 metros e contarão com um sistema de propulsão de dois eixos com sistema combinado diesel e elétrico, que lhes proporcionará uma velocidade máxima de 21 nós e uma autonomia de mais de 7.700 milhas.

As duas unidades estarão desenhadas para uma tripulação de 50 pessoas e terão 36 camas disponíveis para força embarcada em tarefas de tripulação de voo, equipe de segurança ou de equipe médica.

Prémio para Cádis

A construção dos BAM será realizada nas instalações de Navantia em Puerto Real (Cádis) e o Ministério da Defesa estima que a construção dos navios terá um impacto de quatro milhões de horas de trabalho, o que se traduz numa média de 2.000 empregos anuais diretos, indiretos ou induzidos até 2030. O início da montagem está previsto para 2027, após o começo dos trabalhos de engenharia necessários.

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