Mais mudanças na Nestlé de Pablo Isla: o vice-presidente aposenta-se com o pessoal expectante pelos despedimentos

Mais mudanças na Nestlé, o conglomerado suíço do qual Pablo Isla é presidente desde outubro. Na semana passada, o gigante da alimentação anunciou a saída por aposentadoria de Sanjay Bahadur, vice-presidente executivo e diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios do conglomerado. Esta saída, que será efetiva no final do ano, ocorre no mesmo exercício em que o grupo mudou não só o seu presidente não executivo, mas também o seu diretor-executivo, após a saída de Laurent Freixe por não cumprir o código ético ao manter uma relação com uma subordinada direta.

A empresa agradeceu através de um comunicado o trabalho realizado no grupo por Bahadur durante mais de 40 anos, tempo em que desempenhou funções na Índia, Suíça, Hong Kong, Turquia e China. “No seu cargo atual, Sanjay Bahadur era responsável pela gestão de portfólios, a identificação e execução de fusões e aquisições bem como de fundos de capital de risco, parcerias externas e acordos de licença”, explica a cotada.

Bahadur fazia parte da direção executiva do grupo, atualmente liderada por Philipp Navratil após a saída de Freixe. A empresa também conta com um conselho de administração não executivo, neste caso, presidido por Isla desde outubro passado, quando ocorreu a saída, também por aposentadoria de Paul Bulcke. Ambos, segundo os estatutos da empresa, supervisionaram conjuntamente a investigação que resultou na demissão do anterior CEO.

Plano de ajuste de pessoal

Esta nova mudança na cúpula da Nestlé ocorre num momento em que a empresa recupera terreno perdido na bolsa. No que vai do ano, a ação valorizou-se 7,87%, um 10% desde o passado 1 de outubro, momento da ascensão de Pablo Isla, o ex-presidente executivo da Inditex.

A empresa melhorou sua cotação depois da apresentação no mês passado dos seus resultados correspondentes aos primeiros nove meses do seu exercício fiscal. Além das suas métricas, o anúncio mais impactante foi a previsão do grupo de eliminar 16.000 empregos em todo o mundo nos próximos dois anos dentro da sua política de contenção de custos.

Na Espanha, a empresa conta com cerca de 4.000 empregados e 10 fábricas, sendo um mercado particularmente rentável, já que terminou o exercício de 2024 com um aumento do seu lucro líquido de 25%, até os 107 milhões.

A cifra de negócios da empresa aumentou 4%, até os 2.582 milhões de euros. Recentemente, numa entrevista concedida a El Economista, o diretor-geral da Nestlé em Iberia, Jordi Llach, indicou que, por enquanto, desconhecem como afetará ao negócio espanhol o ajuste anunciado. O executivo também antecipou que a Nestlé Espanha terminará o ano com um aumento das vendas, que antes da campanha de Natal situam-se num avanço de entre 6 e 7%.