Stellantis e o Santander cortam para um quarto os lucros do seu negócio de financiamento de veículos

Stellantis Financial Services, participada em 50% pela entidade financeira e pelo grupo automobilístico, ganha 45,4 milhões frente aos 202 milhões de 2023, quando registou importantes mais-valias pela transferência de parte do negócio agrupado na filial espanhola

Foi no ano de 2015 quando a antiga PSA e o Banco Santander forjaram uma aliança para o financiamento de veículos que continua hoje em dia, embora um pouco diferente. As peripécias do grupo que agora dirige Antonio Filosa obrigaram a reformular o acordo entre ambos, que abarcou as marcas da Fiat Chrysler após a fusão que deu lugar à atual Stellantis. Desde abril de 2023, o Santander financia todas as marcas de veículos do grupo em sete países europeus: Espanha, Bélgica, França, Itália, Holanda, Polônia e Portugal. Não ocorre o mesmo com Alemanha e Reino Unido, que ficaram de fora do novo pacto, nem nos Estados Unidos, onde o acordo se rompeu este mesmo ano. A financeira conjunta, Stellantis Financial Services, também deixou as atividades de Leasys e Free2Move Lease, agora integradas em uma única sociedade de renting
multimarca participada pelo fabricante e Crédit Agricole.

Após essas mudanças, o último exercício foi o primeiro que permitiu dimensionar o negócio, já sem os extraordinários que dispararam as cifras do exercício de reestruturação. Naquele curso, a financeira ganhou 202 milhões apoiando-se no resultado positivo que deixaram as vendas das filiais da Bélgica, Holanda e Reino Unido e da área de renting. Stellantis e Santander dividiram um dividendo de 180 milhões. Em 2024, os lucros caíram para um quarto, ficando em 45,4 milhões, e o dividendo também foi mais discreto, de 25 milhões.

Quase 1.000 milhões financiados

No ano passado, Stellantis Financial Services financiou 55.513 contratos de aquisição de veículos por um capital de 989,1 milhões, o mais elevado dos últimos cinco anos. A vez que mais se aproximou dessa cifra foi, curiosamente, o ano da pandemia, com 906 milhões. Os demais exercícios entre 2021 e 2023 ficaram abaixo dos 900 milhões. A venda a prazo de carros, principalmente novos embora também de segunda mão, é o núcleo do negócio com 790 milhões de capital financiado. Segue-se o renting com 107 milhões e o leasing com 89 milhões.

A sociedade oferece aos seus clientes serviços e seguros associados ao financiamento dos veículos, que perderam um pouco de ímpeto com a perda do negócio de renting B2B em favor de Crédit Agricole. Ainda assim, vendeu 1,91 contratos de serviço por cada financiamento em comparação com quase dois do ano anterior. Desta atividade partiram uns rendimentos de 221,7 milhões, superiores aos 197 milhões de 2023.

O resultado de exploração de Stellantis Financial Services situou-se nos 199,2 milhões, também acima dos 173 milhões do exercício anterior. A principal diferença esteve no resultado financeiro, pois passou de 88,6 milhões em negativo a perdas de 130 milhões, o que empurrou para baixo os lucros.

Mais de 3.600 milhões em ativos

O balanço da companhia mostra ativos avaliados em 3.680 milhões, basicamente de caráter financeiro pela natureza de sua atividade. O patrimônio líquido alcançava os 424 milhões ao fecho do exercício, por baixo dos 570 milhões do ano anterior. A percentagem de penetração no financiamento de veículos novos alcançou os 20,36%, ligeiramente abaixo do ano anterior (20,9%). Isso deve-se à queda no canal de empresas, afetado pela transferência do negócio de renting e leasing. Contudo, em particulares alcançou uma penetração de 71,26%, muito acima dos 64,41% de 2023.

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