Stellantis programa paradas de produção em Vigo por excesso de estoque
A multinacional anuncia aos trabalhadores que interromperá a sua produção durante várias jornadas no final de outubro devido à necessidade de ajustar o ritmo de fabricação de veículos à evolução da sua demanda

Novos paralisações à vista na planta da Stellantis em Balaídos. A multinacional anunciou aos trabalhadores da fábrica de Vigo que interromperá a sua produção durante várias jornadas no final do próximo mês de outubro.
Segundo indicam sindicatos, a companhia anunciou alterações na sua atividade na última semana do mês, o que implicará uma paragem das duas linhas da fábrica durante vários dias. O sistema 1, onde montam o Peugeot 2008, parará a partir de quarta-feira, 29 de outubro, no turno da tarde, até domingo, 2 de novembro, no turno da noite.
Por sua parte, o sistema 2, que monta as furgonetas do grupo, interromperá a partir da tarde de quinta-feira, 30 até a manhã de domingo, 2, com o turno do fim de semana.
A de Vigo fará parte do plano da Stellantis para reduzir a produção face à necessidade de ajustar o ritmo de fabricação de veículos à evolução da demanda dos mesmos.
Críticas dos sindicatos
Perante esta redução de produção, a Central Unitaria de Traballadores (CUT) manteve um encontro na segunda-feira passada com a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e com o sindicato Stopel onde analisaram a situação vivida pelas três fábricas espanholas da Stellantis (Vigo, Madrid e Zaragoza).
“Três fábricas, mesma receita: mais carga, menos vida e menos saúde”, reivindicaram num comunicado, criticando o modelo da companhia que se baseia, na sua opinião, em “cortes sociais e econômicos, no aumento constante das cargas de trabalho e numa produtividade média ao minuto em veículos por hora”. Para eles, o resultado “é sempre o mesmo”: “Uma produção disparada nos primeiros meses do ano que depois resulta em paragens por excesso de estoque”. “Muitas dessas paragens apresentam-se como falta de componentes, mas na realidade uma parte importante responde à sobreprodução”, asseguraram.
Os sindicatos lamentam que Stellantis “não perde nada” porque utiliza mecanismos de flexibilidade laboral que não têm custo para a empresa, “mas sim repercutem na vida dos trabalhadores”.