Indra amplia a sua pegada em Galiza e alia-se com a ourensana Egatel para desenvolver sistemas de defesa

Nova aliança da Indra com uma empresa galega. O grupo de Ángel Escribano assinou um acordo de colaboração com a firma ourensana Egatel para desenvolver, fabricar e industrializar soluções de comunicação avançadas de defesa eletrônica, de comando e controle, radares e de simulação e de espaço.

“O acordo (…) estabelece um quadro de cooperação para identificar e promover conjuntamente novas oportunidades de negócio e projetos tecnológicos que fortaleçam a soberania nacional e posicionem a indústria espanhola de defesa na vanguarda internacional”, detalhou Indra num comunicado. A empresa destacou que o desenvolvimento e a fabricação de sistemas de comunicações avançadas inclui terminais de comunicação satelital de “última geração”.

Termos do acordo

Ademais, o acordo inclui uma colaboração em matéria de integração eletrônica e eletromecânica, assim como na provisão de soluções completas para a gestão do ciclo de vida de sistemas próprios e de terceiros, “tanto no mercado nacional como internacional”.

“Ambas as companhias constituirão um comitê de acompanhamento encarregado de definir a estratégia conjunta, avaliar oportunidades comerciais e supervisionar o progresso dos projetos”, apontou Indra.

Programa de modernização militar

O acordo com a Egatel está enquadrado na execução dos programas nacionais de modernização militar, dos quais a Indra foi principal adjudicatária junto com Airbus e Navantia.

“A aliança com a Egatel permite-nos integrar capacidades complementares e acelerar o desenvolvimento de soluções tecnológicas de alto valor acrescentado para as Forças Armadas e outros clientes estratégicos, tanto na Espanha como nos mercados globais”, destacou o presidente da Indra, Ángel Escribano.

Por outro lado, o CEO da Egatel, Yago Novoa, ressaltou que o acordo impulsiona o desenvolvimento conjunto de “soluções tecnológicas de alta confiabilidade”.

Egatel

Egatel é uma companhia referência do setor TIC ourensano, que alcançou suas maiores quotas de negócio por volta de 2010, mas que depois começou uma progressão negativa que foi agravada pela crise. Até 2023, a Egatel estava nas mãos da catalã Comsa Corporación, embora nesse momento se deu a irrupção de um grupo de investidores galegos liderados pelo atual CEO da companhia, Yago Novoa, através da sociedade New Vilu.

Investimento da Indra em Galiza

O acordo de colaboração da Indra com a Egatel amplia a pegada dos de Escribano na comunidade galega.

Antes do cenário de forte crescimento no qual está instalada pelo maior gasto em defesa, a companhia já tinha presença em Galiza com centros de trabalho distribuídos em Ferrol, A Coruña, Santiago de Compostela, Vigo e Ourense e algo mais de 1.100 empregados.

Ademais, no passado julho a companhia assinou um protocolo de colaboração com a Zona Franca para implantar o Centro de Excelência de Aeroespacial e de Defesa, que contará com laboratórios e escritórios nos quais está previsto que, para 2026, trabalhem mais de 200 profissionais, na sua maioria provenientes de universidades galegas e com um perfil altamente qualificado.

A isto se soma a participação na fábrica de semicondutores fotônicos de Sparc, da qual Indra é a primeira acionista. Também localizada na cidade de Vigo, a companhia entrará com essa fábrica no desenho e produção de chips baseados em nitreto de gálio, uma tecnologia chave pelas aplicações em radiofrequência e radares AESA. A fábrica de semicondutores de Sparc entrará em operação durante 2027 no Parque Tecnológico de Valadares. Indra controla 37% da empresa e espera gerar sinergias com seu outro centro em Vigo, o Centro de Excelência de Aeroespacial e Defesa.