As fortunas galegas que ‘esquece’ a lista Forbes: da irmã de Amancio Ortega às famílias Freire e Domínguez
Mesmo entre a reduzida lista de multimilionários galegos existem ocultos: empresários aos quais é especialmente complicado calcular o seu patrimônio
Cada ano, a lista Forbes analisa e quantifica a evolução do património das grandes fortunas do Estado. Na sua edição de 2025, sete empresários com origens ou domicílio em Galiza constam na lista das 100 pessoas mais ricas de Espanha. Nos primeiros e segundo lugares não há dúvidas: Amancio Ortega e sua filha mais velha, Sandra, com carteiras que rondam os 110.000 e 10.000 milhões de euros, respectivamente. Também Juan Carlos Escotet, presidente do Abanca (6.200 milhões), Isabel Castelo, detentora do Seguros Ocaso (1.300 milhões), Dolores Ortega, sobrinha do fundador da Inditex (850 milhões) e sua mãe, Primitiva Renedo (800 milhões), bem como Luis Fernández Somoza, ex-dono dos Transportes Azkar (800 milhões). Contudo, ao longo dos anos, outros milionários galegos de renome caíram da prestigiada lista por uma ou outra razão. É o caso de outros membros da família Ortega, e sagas familiares como a dos Freire, donos do império siderúrgico Megasa, ou os três irmãos Domínguez (Jesús, Josefina e Javier), donos da Textil Lonia.
Forbes explica que para elaborar seu prestigiado ranking de fortunas dos diferentes países do mundo aposta por analisar “o valor das suas empresas, a gestão do cash e outros ativos como propriedades”. “A avaliação não mede o dinheiro, capital ou o património (não é comparável com o património em termos de impostos), mas o valor que as empresas e ativos que os ricos teriam no mercado”, expõe. Isso faz com que a avaliação da fortuna de Amancio ou de Sandra Ortega seja mais simples de quantificar, ao se sustentar em grande medida sobre suas participações na Inditex, companhia cotada e que, por isso, está obrigada a atualizar suas cifras perante a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV). Avisa a publicação que “para elaborar o ranking usam-se cálculos indiciários para calcular tanto a participação real dos ricos quanto a evolução teórica dos negócios a data atual”. A cabeçalho calcula as participações individuais de cada milionário, daí, por exemplo, que também figuram, de forma diferenciada, os patrimônios de membros de uma mesma família que compartilham negócios, como é o caso de Juan Roig, o presidente da Mercadona, e sua mulher e vice-presidente do grupo de distribuição alimentar, Hortensia Herrero.
As variações no campo metodológico fizeram que, ao longo dos anos, haja fortunas que irromperam e outras desapareceram. No caso dos milionários galegos destaca por exemplo o caso das sagas empresariais donas de Megasa ou Textil Lonia, a companhia de moda radicada em Ourense que explora as marcas Carolina Herrera e Purificação García.
Mudanças metodológicas
Tanto os Freire como os Domínguez constavam na lista Forbes das cem pessoas mais ricas de Espanha até 2016. Esse ano, aos irmãos Freire Arteta, principais acionistas do grupo siderúrgico Megasa, lhes estimava uma fortuna de 1.100 milhões de euros enquanto aos três Domínguez –irmãos também do histórico estilista Adolfo Domínguez— lhes calculava uma carteira conjunta de 400 milhões.